Em Uganda, policiais bloqueiam trânsito de Bobi Wine antes da 6ª posse de Museveni

Reeleito pela sexta vez em janeiro, Yoweri Museveni toma posse nesta quarta (12); Wine alega fraude no pleito

Uma escolta policial fortemente armada impediu o cantor e líder da oposição de Uganda, Bobi Wine, de deixar sua casa até a posse do presidente Yoweri Museveni para seu sexto mandato, nesta quarta (12).

No Twitter, o cantor classificou Museveni de “covarde” ao denunciar a privação na segunda-feira. Além da casa do político, a polícia e forças do Exército ugandês também cercaram a sede do partido Plataforma de Unidade Nacional na capital Kampala, disse o porta-voz Joel Ssenyonyi à Bloomberg.

Wine ganhou notoriedade ao enfrentar o presidente da Uganda, no poder há 35 anos, nas eleições de 14 de janeiro. Ele foi preso pelo menos três vezes durante a corrida eleitoral.

Na Uganda, policiais impedem saída de Bobi Wine dias antes da 6ª posse de Museveni
Veículos blindados em frente à residência de Bobi Wine em Kampala, capital da Uganda, maio de 2021 (Foto: Reprodução/Twitter/Bobi Wine)

Desde que a oposição intensificou seu coro contra Museveni, em novembro, as forças de segurança de Uganda realizam operações rotineiras de “prisão preventiva”. As tropas se posicionam do lado de fora das casas e impedem a saída ou entrada dos políticos e líderes de campanha contrários ao presidente.

Ainda assim, Bobi Wine ficou em segundo lugar nas eleições do país – um resultado fraudado, diz o cantor. Conforme a Comissão Eleitoral de Uganda, o principal político de oposição conquistou 35% dos votos no pleito. Já Museveni teria sido a escolha de 59% do eleitorado.

Quem é Bobi Wine

A fama de Bobi Wine como cantor de reggae o alavancou como um dos principais símbolos contra o regime de Museveni. Sua popularidade começou entre a jovem população do país, onde quase metade dos 45 milhões de habitantes têm 14 anos ou menos.

Aos 76 anos, Museveni ocupa a presidência de Uganda há mais de três décadas e usou a violência como resposta aos protestos. Estima-se que 50 pessoas morreram em repressões policiais entre outubro e janeiro – incluindo funcionários de Wine.

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