Membros da OMC movimentam-se com indicações para substituir Azevêdo

Organização decide em 15 de julho nome que substituirá brasileiro Roberto Azevêdo após sua saída em agosto

Nesta terça (9), ao menos dois países da África ofereceram indicações para o cargo de diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio). A Nigéria, com a economkista Ngozi Okonjo-Iweala, e o Egito, em campanha pelo advogado e diplomata Abdel-Hamid Mamdouh.

A movimentação dos países-membros ocorre após o anúncio do atual diretor-geral Roberto Azevêdo, que deixará o cargo em 31 de agosto. O brasileiro terminaria seu segundo mandato no ano que vem.

Okonjo-Iweala é formada em Economia pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e é doutora em Economia Regional e Desenvolvimento pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology).

Ela já foi ministra de Relações Exteriores da Nigéria, em 2006, e das Finanças, entre 2011 e 2015. De 2007 a 2011, ela atuou como diretora-gerente do Banco Mundial. Desde 2016, Okonjo-Iweala é presidente da Gavi, aliança internacional para vacinação.

Já Mamdouh é advogado de formação, pela Universidade do Cairo, e fez carreira no serviço diplomático do Egito. Tornou-se especialista em comércio internacional e desempenhou funções no GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), substituído pela OMC em 1995.

Na OMC, foi consultor jurídico, secretário do Conselho do órgão e diretor da divisão de comércio de serviços e investimentos. Nos últimos anos, era conselheiro de um escritório de advocacia em Genebra.

Nesta segunda (8), o México já havia indicado Jesús Seade Kuri para o cargo. Atualmente, Kuri ocupa o cargo de subsecretário para a América do Norte no Ministério das Relações Exteriores do México.

Doutor em Economia pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, ele já ocupou o cargo de diretor adjunto da OMC, liderou o USMCA (Acordo Estados Unidos-México-Canadá) e foi conselheiro sênior do FMI (Fundo Monetário Internacional).

O jornal britânico “Financial Times” relatou haver um movimento para que o próximo presidente da OMC venha da África. Também foi ventilado o nome de Amina Mohamed, do Quênia.

Entre os europeus, diz o diário britânico, figuram na lista Peter Mandelson, encarregado de comércio da UE (União Europeia) entre 2004 e 2008, e Sigrid Kaag, ministra do Comércio da Holanda.

Nigéria indica Ngozi Okonjo-Iweala para cargo de diretora-geral da OMC
Ngozi Okonjo-Iweala é uma das indicadas para cargo de diretora-geral da OMC (Foto: Twitter/Reprodução)

Saída antecipada

Em seu anúncio, Roberto Azevêdo informou que antecipará sua saída para permitir que os membros da organização escolham seu sucessor. A intenção é não desviar a atenção e energia política dos preparativos para a 12ª Conferência Ministerial, programada para ano que vem.

“Nós precisamos dar ao meu sucessor tempo suficiente para planejar não só o caminho para a conferência, mas também a forma como ela se encaixa em seus planos para o futuro”, afirmou. Quanto mais cedo o novo diretor-geral tomar posse, melhor”. De acordo com Azevêdo, sua situação ao assumir o primeiro mandato era “longe do ideal”.

Segundo o diretor-geral da OMC, a renúncia da organização foi uma decisão familiar. “Não é uma decisão relacionada à saúde e tampouco estou buscando oportunidades políticas.”

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