O chefe do Exército da Nigéria, Tukur Buratai, estima que o terrorismo persistirá por, no mínimo, mais 20 anos no país. O comentário foi publicado em uma nota em seu perfil no Facebook na terça (1), três dias após um ataque do Boko Haram.
No dia 28, militantes do grupo terrorista mataram pelo menos 110 produtores de arroz na aldeia de Koshobe, ao nordeste do país, conforme relatório de Edward Kallon, coordenador da ONU (Organização das Nações Unidas) na Nigéria.
O ataque aconteceu no dia das eleições locais do estado de Borno. O pleito foi o primeiro organizado na região desde a intensificação de ataques do grupo extremista islâmico, em 2009.
Na nota, Buratai atribui a responsabilidade para combater o terrorismo a todas as entidades, cidadãos e comunidades tanto nacionais quanto do exterior. “Todos devem cooperar para conter a insegurança persistente”, disse.
A fala do chefe do Exército vem na esteira das tentativas do governo nigeriano de estancar a crise provocada pelos terroristas no país mais populoso da África, com 195 milhões de habitantes.
Até 2019, o terrorismo do Boko Haram resultou em mais de 32 mil mortes e dois milhões de deslocados forçados na Nigéria, conforme o jornal alemão Deutsche Welle.
O grupo fortaleceu seus ataques durante a pandemia. Conforme o think tank CFR (Council on Foreign Relations), 2020 registrou o maior aumento da violência jihadista na Nigéria desde 2018. Os ataques se estendem em toda a bacia do Lago Chade.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.