Os armazéns do governo da Nigéria se tornaram alvo de saqueadores em todo o país, informou a Reuters nesta segunda (9). Os locais estão abastecidos com suprimentos de saúde e alimentos e são destinados ao combate da Covid-19.
Mas muitos dos materiais estão apodrecendo. “Fiquei chocado quando cheguei no armazém e vi a quantidade de comida, a maioria vencida”, disse James, um dos homens que retirou alimentos do depósito de Yola, no nordeste da Nigéria.
Os relatos provocaram indignação no país africano de cerca de 196 milhões de habitantes, marcado pela fome e desemprego e palco de grandes manifestações pelo fim da violência policial.
Saques foram registrados em armazéns da Nigéria dos estados de Kaduna, Kwara e Lagos, onde fica a cidade homônima, desde o final de outubro.
Com altos preços nos alimentos, estima-se que os nigerianos gastem 60% de sua renda em alimentação. Além disso, metade da população é desempregada e depende de bicos para sobreviver.
As autoridades nigerianas negam o entesouramento dos alimentos ou qualquer plano de vendê-los. “Os itens são uma reserva estratégica antes de uma segunda onda de Covid-19”, disse uma nota do Fórum de Governadores Nacionais da Nigéria, que reúne os 36 estados do país.
O governo encerrou os bloqueios para conter a propagação do vírus na Nigéria ainda no final de julho. Destaque no combate à pandemia, o país soma pouco mais de 64 mil casos confirmados e 1,1 mil mortes em decorrência do novo coronavírus.