ONU pede investigação independente após dezenas de mortes em confrontos na Somália

Escritório de direitos humanos diz que há crianças entre as pelo menos 20 pessoas que morreram na recente onda de violência

O alto comissário da ONU (Organização das Nações Unidas) para os direitos humanos, Volker Turk, pediu na terça-feira (7) que as autoridades da Somália garantam uma investigação independente, eficaz e imparcial após dezenas de mortes em confrontos iniciados no domingo (4).

Em nota, o chefe do escritório de direitos humanos disse haver crianças entre as pelo menos 20 pessoas que perderam a vida. Outras cerca de 119 vítimas ficaram feridas em combates entre as forças de segurança e membros de um clã em Laas Canood.

Forças da Somália e da União Africana em operação nos arredores de Mogadíscio (Foto: AMISOM/Flickr)

O que mais preocupa o chefe de direitos humanos é a continuação de confrontos e os relatos de novas vítimas. A área de Laas Canood situa-se entre as regiões de Sool e Sanaag, reivindicadas tanto pelas autoridades das áreas autônomas de Somalilândia como pelas da Puntlândia.

A Somalilândia separou-se da Somália em 1991. As autoridades locais enfrentam oposição em Laas Caanood e áreas vizinhas, onde alguns líderes de clãs teriam um vínculo com autoridades federais somalis.

Turk destaca que os “assassinatos potencialmente ilegais estão ocorrendo apenas um mês depois do deslocamento de pelo menos 20 mil pessoas por confrontos em Laas Canood”. Para ele, a violência “pode contribuir para mais deslocamentos, agravando a já frágil situação humanitária na região”.

O funcionário da ONU pediu que as autoridades conduzam uma investigação confiável e imparcial sobre os confrontos para determinar os responsáveis e que estes prestem contas “em julgamentos justos, inclusive por danos relatados a residências”.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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