Os partidos da oposição da Costa do Marfim, na África Ocidental, pedem que a população pratique a ‘”desobediência civil” para impedir a terceira reeleição do atual presidente, Alassane Ouattara. A informação foi dada pela Al-Jazeera no domingo (20).

O movimento é uma resposta à manobra jurídica que permitiu a Ouattara participar das eleições após a morte súbita do ex-premiê e seu antecessor, Amadou Gon Coulibaly, em julho.

Em uma convenção do partido PCDI na capital Abidjan, o ex-presidente Henri Konan Bedie pediu a mobilização de protestos por considerar a reeleição de Ouattara inconstitucional. “Diante do abuso de autoridade, há apenas uma palavra de ordem: desobediência civil”, disse.

Em 2016, uma reforma legislativa definiu que os presidentes só terão dois mandatos presidenciais consecutivos. Os apoiadores de Ouattara, no entanto, argumentam que o número de reeleições foi “zerado” em 2020.

A decisão desencadeou violência no país. Desde o dia 22 de agosto, cerca de 12 pessoas foram mortas em protestos contrários ao atual presidente.

“Exigimos a retirada da candidatura de Alassane Ouattara”, disse uma das líderes da oposição, Patrice Saraka. Os partidos também pedem pela dissolução do Conselho Constitucional e da Comissão Eleitoral. “Eles servem ao partido no poder”, completou Patrice.

As eleições, agendadas para o dia 31 de outubro, devem ser uma prova à democracia do país. Em 2010 e 2011, uma disputa eleitoral eclodiu em uma breve guerra civil no país da África Ocidental.