O projeto “Empoderamento e Dividendo Demográfico das Mulheres do Sahel” oferece formação profissional mulheres e meninas na África Ocidental. O objetivo é garantir que elas tenham mais renda e construam um futuro melhor para si e para suas comunidades.
O foco do projeto é o Sahel, região de transição entre o norte da África e o deserto do Saara. A área atravessa partes da Gâmbia, Senegal, Mauritânia, Mali, Burkina Faso, Argélia, Níger, Nigéria, Camarões, Chade, Sudão, Sudão do Sul e Eritreia.
A iniciativa ainda fortalece a educação de meninas e aumenta o acesso a serviços de saúde reprodutiva. Também envolve comunidades inteiras na discussão de assuntos como casamento infantil, direitos humanos e igualdade de gênero.
Agora, mulheres da região estão ocupando profissões antes consideradas como “trabalho de homem”. Adoula Brema é uma das beneficiadas do programa e hoje atua como eletricista.
“Consegui aprender o básico em duas semanas e comecei a trabalhar nas minhas primeiras instalações elétricas sem medo. Hoje temos um negócio”, conta a moradora do Chade. Brema foi vítima de um casamento infantil aos 13 anos e forçada a deixar a escola.
Brema não está sozinha. O Chade tem uma das maiores taxas de casamento infantil do mundo: 67% das jovens do país casaram antes dos 18 anos, de acordo com um relatório da ONU.

Expandindo oportunidades
Os organizadores do projeto apontam que a capacitação de uma mulher se expande para o restante da comunidade. É o caso de Brema, que já ensinou outras mulheres próximas a ela.
O projeto já forneceu treinamento profissional a mais de 154 mil mulheres da região.
Recentemente, o Banco Mundial aprovou US$ 376 milhões em fundos adicionais para apoiar a implementação da segunda fase do projeto. Com o novo aporte, a iniciativa já recebeu US$ 680 milhões.
As capacitações — que já chegam a Benin, Burkina Faso, Chade, Costa do Marfim, Mali, Mauritânia e Níger — devem ser disponibilizadas em breve em Camarões e na Guiné.