Ataque da ADF mata pelo menos dez pessoas em Beni, no leste da RD Congo

Segundo autoridades, ação teria sido de responsabilidade de rebeldes ligados à Forças Democráticas Aliadas (ADF)

Pelo menos dez pessoas morreram após ataque na madrugada de quinta-feira (1º) em Beni, no leste da RD Congo. Segundo a agência qatari Al Jazeera, o ato teria partido da ADF (Forças Democráticas Aliadas, na sigla em inglês), grupo islamista armado de Uganda que se diz associado ao EI (Estado Islâmico).

Testemunhas disseram à agência Reuters que um grupo de jihadistas incendiou diversas casas durante a ação noturna, efetuando disparos em pessoas que abandonavam suas residências em fuga e atacando algumas delas com facões.

O ataque ocorre cinco dias após a cidade, que abriga milhares de desalojados de regiões atingidas pela violência, ter sido atingida por duas explosões, no último domingo (27). Segundo as autoridades, a autoria também teria sido da ADF. A prefeitura fechou escolas, igrejas e mercados por 48 horas como medida de segurança.

Pelo menos 10 pessoas são mortas durante ataque em cidade da RD Congo
Exército da RD Congo e forças de segurança da ONU em ação contra a ADF, março de 2014 (Foto: Wikimedia Commons)

Na quinta (1) pela manhã, centenas de manifestantes foram às ruas pedir o fim da violência e protestar contra o fracasso da política de segurança pública. Durante o ato, foram erguidas barricadas, e pneus foram queimados. O veículo independente The Defense Post relatou que jovens furiosos desfilaram gritando mensagens antigovernamentais.

Entre os militantes estava Kathembo Ngeleza, que havia sido acordado ao som de tiros após assistir a uma festa comemorativa da Independência do país. “Até agora, nós mesmos vimos dez corpos e acabamos de transportar uma vítima em um carrinho até o necrotério”, relatou. Segundo ele, as autoridades, que deveriam proteger a população, não sabem o que estão fazendo.

A ADF é acusada de matar milhares de pessoas desde 2014, a maioria em áreas remotas. Em junho, 57 pessoas foram assassinadas pelo grupo em vilarejos. Os extremistas entraram para a lista de terrorismo dos EUA em março deste ano.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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