Professores e mães unem forças para manter meninas na escola no Malaui

Muitas delas deixam a escola porque se casam ou engravidam em idade escolar; meta do programa é zerar evasão

O Programa Conjunto de Educação de Meninas tem unido professores e mães para manter as meninas dentro das salas de aula no Malaui. Muitas deixam a escola por causa do casamento infantil ou de gravidez precoce.

Segundos dados obtidos pelo UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas), cerca de 42% das meninas no Malaui se casam ainda crianças. Entre as meninas de 15 e 19 anos, aproximadamente 29% já começaram a ter filhos.

Por isso, o projeto foca também em uma educação sexual abrangente entre os alunos. Isso inclui não só informações sobre como prevenir uma gravidez indesejada e DSTs, mas educação sobre igualdade de gênero, direitos humanos e a importância de se adiar o casamento até a vida adulta.

O PMA (Programa Mundial de Alimentos) também colabora com o projeto, garantindo a alimentação escolar. A merenda cria mais um incentivo para que as famílias mantenham seus filhos nas escolas.

Professores e mães unem forças para manter meninas na escola no Malaui
Estudantes em escola de Mwandama, no Malaui (Foto: Evan Schneider/UN Photo)

Treinamento

Para participar da iniciativa, as mães de comunidades do Malaui foram treinadas para aconselhar meninas que deixaram a escola e suas famílias. O objetivo é garantir o retorno delas às salas de aula.

O trabalho não é fácil. Há relatos de mães que são perseguidas por quem não concorda com o trabalho.

Mas a persistência delas traz resultados. Desde o ano letivo 2017-2018, nenhuma menina engravidou ou desistiu da escola nos distritos de Dedza, Mangochi e Salima, onde o programa foi implementado.

Além disso, houve um aumento significativo no aumento de matrículas de meninas nas escolas, passando de 751 em 2019 para 803 em 2020.

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