Quarenta e oito pessoas já morreram no surto de Ebola que atinge Uganda

As mortes e os casos registrados em todo o país mais que dobraram desde o balanço anterior, divulgado em 17 de outubro

O surto de Ebola em Uganda já matou 48 pessoas, com um total de 131 casos confirmados em todo o país. A informação foi divulgada na quinta-feira (3) por Henry Kyobe Bosa, comandante de incidentes de Ebola no Ministério da Saúde local, e reproduzida pela agência Reuters.

Para se ter ideia, as mortes e casos registrados mais que dobraram desde o balanço anterior, em 17 de outubro. Naquela ocasião, o presidente Yoweri Museveni decretou lockdown de três semanas em dois distritos do país, com 19 mortes e 58 casos registrados nacionalmente.

“Sobre a disseminação e quando é provável que o surto termine, não vejo nenhum especialista neste painel que possa realmente prever”, disse Bosa. Ainda segundo ele, as medidas adotadas para tentar corte o surto são o rastreamento de contatos de pessoas infectadas, comunicação de risco e enterros adequados.

Corpos de vítimas do Ebola são enterrados na Libéria, janeiro de 2015 (Foto: UNMEER/Martine Perret)
Vacinas ineficazes

Um dos problemas do atual surto de Ebola reside no fato de que as vacinas tendem a ser ineficazes contra a cepa do Sudão que atinge a população ugandense. O problema já havia sido identificado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) no final de setembro, e desde então os casos aumentaram.

As vacinas existentes contra o Ebola provaram ser eficazes contra a cepa do Zaire, mas não está claro se são bem-sucedidas contra a cepa do Sudão, disse a OMS em comunicado. Outra vacina produzida pela empresa farmacêutica Johnson and Johnson pode ser eficaz, mas ainda não foi testada.

O Ebola é uma doença grave, muitas vezes fatal, que afeta humanos e outros primatas. Tem seis cepas diferentes, três das quais – Bundibugyo, Sudão e Zaire – já causaram grandes surtos.

As taxas de letalidade da cepa do Sudão variaram de 41% a 100% em surtos anteriores, sendo inferiores às da cepa do Zaire, que é também mais transmissível. A implantação precoce do tratamento de suporte mostrou reduzir significativamente as mortes, disse a OMS.

É a primeira vez em mais de uma década que a cepa sudanesa é encontrada em Uganda, que também viu um surto da cepa do Zaire do vírus Ebola em 2019.

Tags: