Tribunal de apelações da Finlândia inicia audiência sobre crimes de guerra na Libéria

Os promotores acreditam que o suspeito de 53 anos, Gibril Massaquoi, assassinou, estuprou e mutilou civis enquanto ocupava um alto cargo na Frente Revolucionária Unida

Um tribunal de apelação na Finlândia começou a ouvir na terça-feira (10) um caso de crime de guerra internacional que envolve um ex-guerrilheiro de extrema direita de Serra Leoa, acusado de inúmeras atrocidades durante a guerra civil da Libéria, ocorrida entre 1999 e 2003. Gibril Massaquoi, de 53 anos, havia sido absolvido em 2022 em um tribunal inferior, mas voltou ao banco dos réus. As informações são da agência Reuters.

Entre as acusações contra Massaquoi, que se mudou para a Finlândia em 2008, estão assassinatos e estupros. Ele nega os crimes, incluindo mutilação de civis, que teriam ocorrido no período em que comandou o grupo paramilitar Frente Revolucionária Unida (FRU), que o ex-presidente do país africano Charles Taylor dirigia às escondidas, entregando armas e munições aos rebeldes em troca de diamantes.

Fuzileiros navais dos EUA na Ilha Bushrod, na Libéria, durante a segunda guerra civil do país africano em 2003 (Foto: WikiCommons)

Massaquoi foi absolvido de todas as acusações por um tribunal finlandês de primeira instância. À época, a Justiça decidiu que a promotoria “não provou com certeza suficiente” o envolvimento do acusado nos crimes, ocorridos nos últimos anos da segunda guerra civil da Libéria.

Os promotores finlandeses apelaram do veredito e levaram o caso ao tribunal de apelação de Turku, cujos membros viajarão para Libéria e Serra Leoa para ouvir testemunhas novamente nos próximos meses, disse o tribunal.

O empobrecido país no oeste da África mergulhou em uma primeira guerra civil em 1989, se estendendo até 1998. A segunda estourou já no ano seguinte, durando mais quatro anos. Pelo menos 250 mil pessoas morreram nos conflitos, segundo estimativas.

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