Colômbia é o membro da OCDE com maior jornada de trabalho: 48 horas semanais

Média é até oito horas maior que os países da OCDE; mesmo assim, PIB da Colômbia figura entre os menores do bloco

A jornada de trabalho da Colômbia é até oito horas maior que nos demais países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), informou o portal argentino Infobae. A média chega a 48 horas semanais.

Ao todo, os trabalhadores colombianos passam, por ano, 2.496 horas no trabalho – o equivalente a 104 dias consecutivos. A dedicação, porém, não é sinônimo de maior ganho econômico. O Produto Interno Bruto (PIB) do país é o segundo menor do bloco, à frente apenas do Paraguai.

Países como Costa Rica, Brasil, Equador e Uruguai cumprem uma média de 40 horas semanais na jornada de trabalho. Já Chile e Paraguai tem média de 30 horas, enquanto na Argentina são 35 horas.

Colômbia é o membro da OCDE com maior jornada de trabalho: 48 horas semanais
Homem carrega madeira em direção a indústria da Associação de Produtores de Palmeira, na divisa da Colômbia com o Peru, em 2016 (Foto: CreativeCommons/Programa ILO)

Segundo a OCDE, os países mais desenvolvidos têm menos horas de trabalho e maior produtividade. No Chile, Uruguai, Argentina e Costa Rica, por exemplo, o PIB per capita é maior, apesar da jornada de trabalho reduzida.

Entre os países, o Uruguai possui o melhor rendimento: são US$ 16,2 mil – cerca de R$ 83 mil – per capita por 40 horas de trabalho. Já na Colômbia, o PIB é de US$ 6,4 mil – pouco mais de R$ 32,7 mil.

Países como a Dinamarca, Noruega e Holanda, por exemplo, trabalham 23 horas semanais a menos que a Colômbia. Os países somam, no máximo, 25 horas de trabalho por semana – fator que, conforme a OCDE, apresenta um nível mais alto de produção e bem-estar geral.

Projeto prevê redução da jornada

Um projeto de lei que visa reduzir a jornada de trabalho na Colômbia para 40 horas está em tramitação no Parlamento. O texto já foi aprovado no Senado e deve ser analisado em duas sessões de debate pelos deputados.

O tema, porém, gerou debate entre sindicalistas. Líderes questionam se as empresas aceitarão a mudança e, caso aceitem, se não se recusarão a pagar horas extras aos funcionários.

Estima-se que 6,2 milhões de pessoas trabalham mais de 40 horas semanais na Colômbia. O custo anual com horas não trabalhadas pode chegar a US$ 26,9 bilhões – um impacto de 2,7% no PIB.

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