As Forças Armadas norte-americanas estão cada vez mais inseridas no conflito que começa a se espalhar pelo Oriente Médio. Desde o dia 17 de outubro, as tropas dos EUA estacionados na região foram alvo de 46 ataques, conforme relatou uma autoridade militar à rede Fox News. A resposta de Washington veio com um bombardeio contra uma instalação de armazenamento de armas no leste da Síria, que estaria sendo usada pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC), segundo a CNN.
As dezenas de ataques reportados pelo militar, cuja identidade foi mantida em sigilo, ocorreram não apenas na Síria, mas também no Iraque. E seguem um padrão que já vinha sendo observado há semanas, inclusive com informações anteriores de soldados norte-americanos feridos em ações atribuídas a forças de Teerã ou patrocinadas pelo governo iraniano.
O bombardeio contra alvos supostamente ligados à IRGC foi, segundo o secretário de Defesa Lloyd Austin, uma resposta direta às ações hostis. “Este ataque de autodefesa de precisão é uma resposta a uma série de ataques contra pessoal dos EUA no Iraque e na Síria por afiliados da IRGC-Força Quds”, disse ele, citando por último o braço de operações no exterior da Guarda Revolucionária.
Ainda de acordo com Austin, os ataques norte-americanos foram realizados por jatos F-15, com o objetivo de “deixar claro que os Estados Unidos defenderão a si próprios, ao seu pessoal e aos seus interesses.”
Uma outra fonte ouvida pela CNN, igualmente sob condição de anonimato, disse que o depósito de armas atacado armazenava boa parte do arsenal que vem sendo usado contra as Forças Armadas dos EUA no Oriente Médio.
“Eu assisti ao combate, posso dizer que temos certeza de que houve algumas explosões secundárias que indicam que a instalação abrigava armas que acreditamos serem provavelmente usadas em muitos dos ataques que ocorreram contra nossas forças aqui na região”, disse a autoridade.
Outro incidente, este reportado na quarta-feira (8), foi a derrubada de um drone norte-americano modelo MQ-9 Reaper perto do Iêmen, conforme relatou a rede ABC News. A ação foi atribuída aos rebeldes houthis, grupo alinhado ao Irã que enfrenta uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita e ligada ao governo iemenita.
O episódio mais delicado, entretanto, envolveu um drone que teria sido enviado por grupos ligados ao Irã para atacar uma base dos EUA na Síria. Conforme informou a agência Reuters, o veículo aéreo não tripulado (VANT) falhou, e os explosivos que ele carregava não detonaram.
Um militar sofreu lesões leves devido ao impacto, mas o problema com o armamento evitou baixas mais graves que poderiam inclusive ocasionar uma escalada no conflito.