Déficit no Orçamento dos EUA bate US$ 3,3 tri em 2020, pior cifra desde a 2ª Guerra

Pacotes de emergência contra crise do coronavírus fizeram disparar gastos do governo, que bateu US$ 6,6 tri

O déficit no orçamento dos EUA chegou a US$ 3,3 trilhões neste ano, em parte pelas medidas de emergência após o início da crise do coronavírus. É a pior cifra desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

A defasagem entre a arrecadação e os gastos do governo norte-americano é equivalente a 16% do PIB (Produto Interno Bruto). O Escritório de Orçamento do Congresso divulgou as informações nesta quarta (2).

O impacto do novo coronavírus gerou quatro grandes pacotes de socorro. Ante 2019, Washington gastou US$ 2 trilhões adicionais, que elevaram o gasto total pelo governo norte-americano neste ano para US$ 6,6 trilhões.

Déficit no Orçamento dos EUA bate US$ 3,3 tri em 2020, pior cifra desde a 2ª Guerra
Notas de dinheiro (Foto: Public Domain Pictures)

A recessão e a disparada do desemprego no país levaram a uma queda na arrecadação de 11%, considerando impostos que incidem sobre as famílias, e 34% sobre as empresas.

O resultado foi um déficit que quase triplicou na comparação com 2019. Representa também quase o dobro das cifras registradas durante a crise financeira de 2008, considerados alarmantes à época.

Passado e futuro

Nos anos após a Segunda Guerra foi possível superar o descompasso entre gastos e arrecadação. O catalisador foi o ‘boom’ econômico após o conflito, mas desta vez a recuperação pode ser muito mais lenta.

Cerca de 62% dos gastos dos EUA neste ano são obrigatórios. Neste caso, são destinados à segurança social, ao sistema de saúde e a gastos como educação, aposentadorias para veteranos de guerra, transporte e habitação.

A maior parte destes gastos de seguridade social deve aumentar nos próximos anos, com o número cada vez maior de aposentados no país.

Até o fim deste ano, espera-se que a dívida pública norte-americana chegue ao equivalente a 98% do PIB. Em 2007, era de 35%.

Espera-se que o montante supere o equivalente à totalidade da produção anual do país em 2021, quando a dívida dos EUA deve bater 104,4% do PIB.

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