El Salvador registra queda no índice de assassinatos, um dos maiores do mundo

Resultado é atribuído ao presidente Nayib Bukele; grupo alerta para possível cessar-fogo entre governo e gangues

O índice de assassinatos de El Salvador, um dos países mais violentos do mundo, registrou uma queda acentuada de 60% desde o ano passado, segundo o International Crisis Group.

A taxa é a menor do país desde o fim da guerra civil em El Salvador, em 1992. Entre as medidas adotadas pelo governo de Nayib Bukele, estão reforço de patrulhas policiais e militares nas comunidades com altas taxas de criminalidade.

Também houve de medidas de confinamento nas prisões, separando membros de gangues.

El Salvador registra queda no índice de assassinatos, um dos maiores do mundo
Presidente Nayib Bukele endurece medidas de confinamento de gangues em prisões de El Salvador (Foto: Casa Presidencial/Reprodução)

A população celebra os resultados atribuídos às duras políticas adotadas no primeiro ano do mandato de Bukele, mas o grupo alerta que outras razões podem estar por trás da redução.

O que está por trás da queda

De acordo com um relatório divulgado pela ONG no último dia 8, a queda pode ser resultado da decisão das próprias gangues de frear a violência.

Há suspeita de um acordo de não-agressão com as autoridades salvadorenhas. O governo de Bukele nega ter negociado com os grupos.

Vários especialistas e ativistas apontam um entendimento informal entre os criminosos e as autoridades. A ordem seria de recuo das forças de segurança no confronto com esses grupos.

O estudo também alerta para a possibilidade dos recentes ganhos serem passageiros. Exacerbado pela pandemia do novo coronavírus, o estilo de enfrentamento de Bukele, como a ocupação militar da Assembleia Legislativa, pode comprometer as reformas de segurança.

Em abril, uma súbita onda de assassinato pela gangue MS-13 mostrou o quão frágil pode ser o compromisso com a redução da violência. Mais de 80 pessoas morreram em El Salvador um período de cinco dias.

Uma parcela significativa dessas gangues se formou nas prisões dos EUA. Depois que esses salvadorenhos foram deportados, os grupos passaram a tomar o país.

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