O presidente da Polônia, Andrzej Duda, foi reeleito após disputado segundo turno contra o prefeito de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, neste domingo (12).
Os resultados preliminares divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral apontam vitória de Duda com 51%, de acordo com a agência de notícias Reuters. Nacionalista e conservador, Duda buscava o segundo mandato.
A reeleição era crucial para que o governo nacionalista do partido PiS (iniciais em polonês para Lei e Justiça) possa aprofundar a agenda conservadora no país.
A reeleição do presidente polonês pode levar a novos confrontos com a Comissão Europeia. O governo tem promovido reformas do judiciário e da mídia, criticadas pelas União Europeia por violar padrões democráticos.
Antes da chegada de Duda e do PiS ao poder, em 2015, a Polônia era uma das administrações mais pró-europeias no bloco dos ex-comunistas no leste do continente. Desde então, tornou-se mais agressiva, sobretudo em aspectos relacionados a mudanças climáticas, migração e normas democráticas.
Corrida eleitoral
Na campanha, o presidente polonês fez oposição aos direitos LGBT, considerada por ele uma “ideologia mais perigosa que o comunismo”, segundo a agência de notícias Associated Press.
Duda e o PiS ganharam apoio dos poloneses mais velhos e das zonas rurais, com a auxílios para as famílias e outros programas de assistência social.
Mas, nas últimas semanas, o conservador vinha perdendo apoio. De acordo com a revista norte-americana “Foreign Policy”, uma das últimas pesquisas de opinião antes do segundo turno apontavam a vitória de Trzaskowski por 50,6%, contra 49,4% de Duda.
Muitos liberais rejeitavam a marca do populismo visto como xenófobo e perigoso junto aos parceiros europeus.
Trzaskowski se tornou candidato após o adiamento das eleições, antes previstas para maio. O prefeito de Varsóvia prometeu reparar as relações da Polônia com os aliados europeus e se opor a leis que violem normas constitucionais.
A campanha foi marcada por uma divisão profunda entre os dois candidatos. Duda e Trzaskowski não conseguiram ao menos concordar com condições para um debate na semana passada. O impasse levou os poloneses a realizarem programas separados em emissoras de televisão diferentes.