EUA acusam Irã de enviar militares à Ucrânia para orientar tropas da Rússia sobre o uso de drones

Missão dos iranianos seria ensinar os russos a utilizar os drones fornecidos por Teerã e que têm sido usados para bombardear os ucranianos

O governo dos EUA diz ter evidências de que cidadãos iranianos estão na Ucrânia para pessoalmente orientar as tropas da Rússia quanto ao funcionamento dos drones fornecidos a Moscou por Teerã que têm sido utilizados sobretudo para bombardear a infraestrutura essencial ucraniana. As informações são da agência Associated Press (AP).

Segundo John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, um “número relativamente pequeno” de instrutores da Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC, na sigla em inglês) está na Ucrânia. “A informação que temos é de que os iranianos colocaram treinadores e suporte técnico na Crimeia, mas são os russos que estão pilotando”, disse ele.

A Inteligência norte-americana constatou que o envio de pessoal por parte do Irã deve-se à falta de familiaridade dos russos e da instabilidade do armamento. “Os próprios sistemas estavam sofrendo falhas e não cumprindo os padrões que aparentemente os clientes esperavam”, disse Kirby. “Então, os iranianos decidiram levar alguns treinadores e algum suporte técnico para ajudar os russos a usá-los com maior letalidade.”

Membros das forças armadas da Rússia (Foto: reprodução/Facebook)
Sanções ao Irã

Nos últimos dias, EUAFrança e Reino Unido afirmaram que o fornecimento de drones pelo Irã viola a Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Soma-se a isso o fato de serem usados sobretudo para destruir a infraestrutura essencial do país, o que pode vir a ser considerado crime de guerra.

“Acreditamos que esses UAVs (veículos aéreos não tripulados, da sigla em inglês) transferidos do Irã para a Rússia e usados ​​pela Rússia na Ucrânia estão entre as armas que permaneceriam embargadas sob a resolução 2231”, disse Vedant Patel, do Departamento de Estado norte-americano. “Os EUA não hesitarão em usar sanções”, acrescentou.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, relatou que mais de cem desses drones atingiram o país na semana passada, causando estragos em usinas de energia, estações de tratamento de esgoto e pontes. “Um terço da infraestrutura energética da Ucrânia foi afetada”, disse o órgão estatal.

Nesta semana, a União Europeia (UE) e o Reino Unido já impuseram novas sanções ao Irã devido ao apoio material que tem oferecido a Moscou, e o governo do presidente Joe Biden trabalha para fazer o mesmo.

Ao anunciar a punição, o governo britânico se manifestou através do secretário de Relações Exteriores James Cleverly. “Esses ataques covardes de drones são um ato de desespero”, disse ele em comunicado. “Ao permitir esses ataques, esses indivíduos e um fabricante causaram sofrimento incalculável ao povo da Ucrânia. Vamos garantir que eles sejam responsabilizados por suas ações”.

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