O Departamento de Justiça (DoJ, na sigla em inglês) dos EUA anunciou na quarta-feira (5) que derrubou um sistema online global, o Genesis Market, que vendia dados digitais roubados, como senhas de e-mails, contas bancárias e redes sociais. As informações vendidas haviam sido extraídas pelos criminosos através de ataques hackers que fizeram uso de malware para infectar computadores de grandes empresas.
O FBI, a polícia federal norte-americana, em parceria com o DoJ, comandou a operação classificada como “sem precedentes”. De acordo com o o procurador-geral Merrick B. Garland, os cibercriminosos atacaram “indivíduos, empresas e governos em todo o mundo”.
“Nossa apreensão do Genesis Market deve servir como um alerta para os cibercriminosos que operam ou usam esses mercados criminosos: o Departamento de Justiça e nossos parceiros internacionais encerrarão suas atividades ilegais, encontrarão vocês e os levarão à justiça”, afirmou Garland.
A procuradora-geral adjunta Lisa Monaco disse que, além de derrubar o sistema online, a operação serviu para prender muitos dos usuários. “O Genesis prometeu falsamente uma nova era de anonimato e impunidade, mas no final apenas forneceu uma nova maneira para o Departamento identificar, localizar e prender criminosos online”, afirmou ela.
O sistema criminosos funcionava desde 2018, segundo comunicado do DoJ. Nesse período, ofereceu acesso a dados roubados de mais de 1,5 milhão de computadores comprometidos em todo o mundo, contendo mais de 80 milhões de credenciais de acesso a contas diversas. Entre os setores comprometidos pelos ataques hackers estão entidades financeiras e de infraestrutura crítica e agências governamentais federais, estaduais e regionais.
As autoridades norte-americanas afirmam que o sistema era incrivelmente simples, permitindo que o comprador pesquisasse o que pretendia comprar: senhas bancárias, de rede social, de e-mail e mais. A variedade de itens oferecidos no Genesis Market permitia que o comprador assumisse a identidade da vítima, enganando sites para fazê-los pensar que o usuário era o verdadeiro dono da conta.
De acordo com o comunicado, os usuários do mercado criminoso estavam espalhados por todo o mundo e foram presos com a ajuda de agências de segurança de 44 países. As nações citadas pelo DOJ são na maioria da Europa, além de EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
“A operação anunciada hoje é o resultado direto do trabalho árduo, dedicação e esforços excepcionais de colaboração do FBI e seus parceiros em todo o mundo”, disse o procurador dos EUA Gregory Haanstad. “O trabalho neste caso é um ótimo exemplo da capacidade do FBI de alavancar nossas capacidades técnicas e trabalhar lado a lado com nossos parceiros internacionais”, reforçou Christopher Wray, diretor do FBI.