Faleceu no último dia 28, aos 56 anos, Silvia Lazarte Flores, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Ela foi a primeira indígena a presidir a Assembleia Constituinte do país, entre 2006 e 2008.
Líder camponesa, Lazarte liderou ainda os trabalhos de elaboração do novo texto da Constituição de 2009. Natural de Cochabamba, na região central do país, a boliviana tinha ascendência quechua.
Logo após a aprovação do texto, Silvia se retirou da política para levar uma vida privada. Na capital do país, fez aparições apenas para receber algumas homenagens, segundo o jornal El País.
A morte de Lazarte foi causada por problemas pulmonares. A doença teria começado quando, ainda jovem, foi detida violentamente por tropas do exército enquanto protestava contra a erradicação da coca.
Homenagens
O Senado da Bolívia lamentou a morte de Lazarte e instalou um memorial em sua homenagem. A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, lembrou de Silvia como “uma mulher lutadora”, no período em que foram constituintes juntas.
“Lembraremos dela, além das diferenças políticas, como uma boliviana corajosa e patriótica”, declarou Áñez em sua conta em uma rede social, apontando a diferença partidária entre as duas.
O ex-presidente Evo Morales disse que Lazarte “incorporou na Constituição boliviana a igualdade plena das mulheres e o direito de acessar pelo menos 50% em instâncias de decisão no Estado”.
Morales conheceu Silvia quando ela era membro do sindicato San Pedro-Central Villa 14. “Ela estará sempre na história como a primeira mulher indígena presidente da Assembleia Constituinte”, completou o ex-presidente.
O também ex-chefe de Estado boliviano Carlos Mesa prestou suas condolências. Mesa afirmou que a participação de Silvia Lazarte na política simbolizou a presença da mulher indígena na busca por um país mais inclusivo.