A Suprema Corte da Colômbia já não é mais a responsável pelo julgamento do ex-presidente Álvaro Uribe, em prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto, informou a Associated Press.
No dia 1º, o mais alto tribunal do país anunciou que deixa a jurisdição do caso após a renúncia de Uribe ao cargo de senador.
O ex-presidente deixou o Senado duas semanas após sua condenação, no último dia 18. Agora, o processo será transferido para o gabinete do promotor-chefe.
Com a mudança, a defesa do ex-presidente pediu sua liberdade imediata. A Justiça colombiana indeferiu o pedido.
A investigação contra o ex-presidente colombiano envolve um esquema de manipulação de testemunhas, suborno e formação paramilitar. Ele nega todas as acusações.
A decisão unânime da Suprema Corte, no entanto, levantou suspeitas. Por lei, o tribunal deve julgar qualquer investigação envolvendo parlamentares eleitos.
Em comunicado, a corte afirma que a investigação não possui qualquer relação com o mandato de Uribe como congressista. Antes do Senado, o político governou a Colômbia entre 2002 e 2010.
Não está claro se o processo seguirá do mesmo ponto de onde parou na Suprema Corte, concedendo à defesa do ex-presidente mais tempo para trabalhar no caso. Também há questionamento sobre a relação entre Uribe e o promotor, já que há suspeita de proximidade entre os dois.
O opositor Iván Cepeda, cujas acusações deram início ao processo, pediu a retirada do atual promotor do caso. “É evidente que há um relacionamento entre os três”, defendeu Cepeda à rádio colombiana BLU, referindo-se ao atual presidente colombiano, Iván Duque, herdeiro político do uribismo.