Em apenas uma semana, casos de Covid-19 disparam nas Américas e triplicam no Brasil

Casos de Covid-19 dispararam em toda a região das Américas, com a variante Ômicron tornando-se predominante na região

A Opas (Organização Panamericana da Saúde) divulgou nesta quarta-feira (26) que os casos de Covid-19 dispararam em toda a região das Américas na última semana. A diretora da agência, Carissa Etienne, destacou que, apenas no Brasil, os casos quase triplicaram, subindo 193% em relação à semana anterior, com 477 mil novas infecções.

Paraguai e Guianas acompanham a tendência brasileira de alta, com casos dobrando a cada dois dias. Já a Argentina registrou mais de 797 mil novos infectados.

Etienne afirmou que, como os casos de Covid-19 estão crescendo mais ativamente e mais rapidamente do que nunca, fica claro que a variante Ômicron se tornou a cepa predominante na região.

América do Norte, Central e Caribe também observaram o aumento de infecções. Os Estados Unidos concentram a maioria dos novos casos da região, embora os números tenham começado a cair. Por sua vez, Haiti e Martinica, países com a taxa de cobertura vacinal mais baixa da região, continuam a relatar aumentos significativos de transmissão.

Profissional da saúde administra vacina à Covid-19 em hospital de Cundinamarca, Colômbia, fevereiro de 2021 (Foto: PAHO/Karen González)

Para a diretora da Opas, é fundamental que os países sigam monitorando e gerando dados sobre a progressão do vírus para orientar as decisões. Ela adicionou que as informações são cada vez mais necessárias para entender o impacto da doença nos diferentes grupos de idade, de gênero e de localização. 

Segundo Etienne, apenas assim será possível equipar municípios e distritos locais com as ferramentas necessárias para gerenciar riscos e orientar suas populações durante esse período.

A diretora explicou ainda que os dados também são essenciais para ajudar os países a identificar lacunas e direcionar recursos para garantir que as pessoas com maior risco de doença grave por Covid-19 sejam protegidas primeiro.

Ao destacar a vulnerabilidade das crianças durante a pandemia, Etienne afirmou que o afastamento das salas de aula causou outros impactos na vida dos menores. Para ela, além dos riscos para a saúde mental, muitos estudantes dependem das instituições de ensino para fazerem refeições diárias.

Outro aspecto importante é que muitas crianças não tiveram acompanhamento médico nos últimos dois anos. Isso impactou no número de crianças não imunizadas para outras doenças, algumas que já estavam controladas. São os casos do surto de sarampo no Brasil e do aumento na transmissão de difteria no Haiti e na República Dominicana. 

Além de estimular que o calendário de vacinação para crianças siga acontecendo e mantenha as evoluções das últimas décadas, Carissa Etienne afirmou que os países das Américas que já ultrapassaram a meta de vacinar 70% de sua população adulta devem ampliar a imunização às crianças.

Nesses países, onde grupos vulneráveis já foram protegidos e suprimentos adicionais de vacina estão disponíveis, os benefícios de vacinar crianças para reduzir ainda mais a transmissão do vírus devem ser considerados.

A diretora da Opas lembrou que muitos países já autorizaram e estão administrando com segurança vacinas contra a Covid-19 em adolescentes.

Na semana passada, o grupo de especialistas em imunização da OMS autorizou a vacina da Pfizer para crianças entre 5 e 12 anos, oferecendo recomendações para os países que estão iniciando a campanha para os menores.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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