‘Fase emergencial’ da pandemia pode chegar ao fim em 2022, diz diretor da OMS

Hans Kluge diz que a Ômicron oferece “esperança para estabilização e normalização da situação”, mas não projeta o fim da pandemia

Há exatamente dois anos, em 24 de janeiro de 2020, a França reportava o primeiro caso de Covid-19 na Europa. Desde então, 1,7 milhão de pessoas no continente morreram após contraírem o coronavírus, entre 123 milhões infectadas. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), praticamente duas entre três pessoas em território europeu contraíram a Covid-19 pelo menos uma vez.   

Para marcar os dois anos desde o primeiro caso, o diretor regional da OMS na Europa, Hans Kluge, declarou nesta segunda-feira (24) que “a pandemia está entrando numa nova fase, impulsionada pela variante Ômicron, que é altamente transmissível”.  

Segundo ele, menos de dois meses após ter sido descoberta, a Ômicron é responsável por quase 32% dos casos na Europa. Apesar de a pandemia estar longe do fim, o diretor regional da OMS acredita que “será possível acabar com a fase emergencial em 2022”. 

Kluge disse que a Ômicron oferece “esperança para estabilização e normalização da situação”, mas os trabalhos devem continuar. Se 2021 foi o ano de produção de vacinas, o chefe da OMS na Europa espera que 2022 seja o ano da igualdade de acesso às doses.  

Homem usa máscara na pandemia de Covid-19 em Paris, março de 2020 (Foto: theparisphotographer.com//Unplash)

Kluge destaca que, apesar de a Ômicron causar sintomas menos severos do que a Delta, o índice de hospitalizações continua alto, devido ao grande número de casos. Mas a entrada de pacientes nos cuidados intensivos tem sido menos frequente, e a maioria das pessoas que acabam na UTI são aquelas que não foram vacinadas.  

O diretor da OMS na Europa afirmou que, em dois anos, “houve muito aprendizado e adaptação sobre essa crise única”. Mas os desafios continuam: de acordo com Kluge, mais de 4 milhões de europeus foram empurrados para a pobreza e vivem com US$ 5,5 por dia.  

Até o momento, foram administradas 1,4 bilhão de doses da vacina contra a Covid-19 na Europa. Kluge explicou ainda que os dez tipos de imunizantes aprovados no mundo marcam um “dos maiores progressos científicos em décadas”.  

O chefe da OMS na Europa prestou ainda uma homenagem aos profissionais de saúde, sendo até 43% confirmam estar com altos níveis de ansiedade e precisando de apoio. Ele também lembra que esta pandemia, assim como todas as outras, irá acabar, mas ainda “é cedo para relaxar” já que o mundo tem registrado milhões de novos casos todas as semanas.  

Para reverter a situação, Kluge diz ser preciso continuar vacinando a população, incluindo com uma terceira dose, garantir que os espaços fechados tenham boa ventilação, ampliar a testagem, usar máscaras e manter a distância física sempre que possível. 

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

Tags: