Variantes da Covid-19 e aumento da dívida ameaçam economia global, diz relatório

Banco Mundial menciona aumento da inflação e desigualdade nas rendas. Expectativa de crescimento global é de 4,1%

O Banco Mundial divulgou nesta quarta-feira (12) seu primeiro relatório de 2022. O documento revela que o crescimento econômico global será mais fraco pelos próximos dois anos, devido às ameaças de variantes da Covid-19 e ao aumento da inflação, da dívida e da desigualdade de rendas. 

Apesar do crescimento da economia ter sido forte no ano passado, a expectativa é de declínio, passando de 5,5% em 2021 para 4,1% em 2022, caindo para 3,2% em 2023.  

Com a rápida propagação da variante Ômicron, a pandemia de Covid-19 continuará tendo um impacto negativo a médio prazo, de acordo com o relatório intitulado “Perspectivas da Economia Global”.  

O documento do Banco Mundial destaca também que a desaceleração nas principais economias, incluindo China e Estados Unidos, terá um impacto na demanda externa de nações emergentes e em desenvolvimento.  

O presidente do Banco Mundial, David Malpass, declarou que a “economia global está enfrentando, ao mesmo tempo, Covid-19, inflação e incertezas políticas, com gastos dos governos e políticas monetárias atualmente enfrentando territórios desconhecidos”. Ele disse ainda que o “aumento das desigualdades e os desafios de segurança são especialmente danosos para os países em desenvolvimento”.

Governos gastaram US$ 16 trilhões para fornecer apoio fiscal em meio à pandemia (Foto: Konstantin Evdokimov/Unplash)

A desaceleração irá coincidir com uma grande divergência nas taxas de crescimento entre economias avançadas e emergentes ou em desenvolvimento. O Banco Mundial acredita que, até 2023, todas as economias avançadas terão alcançado uma completa recuperação. Já nos países em desenvolvimento, a taxa de crescimento continuará 4% abaixo do índice pré-pandêmico.  

O relatório menciona também nações em conflito, onde a recuperação da economia ficará 7,5% abaixo dos valores de antes da pandemia. Já para as nações insulares, o índice será 8,5% menor.  

O Banco Mundial chama a atenção para o aumento da inflação, que tem prejudicado em especial os trabalhadores com rendas baixas. A inflação tem tido uma das maiores altas desde 2008, tanto a nível global quando nas economias avançadas. Nos países em desenvolvimento, a inflação atingiu o maior pico em uma década.  

O relatório também traz previsões de crescimento regionais para os próximos dois anos. A diretora para Desenvolvimento de Políticas e Parcerias do Banco Mundial, Mari Pangestu, destacou a importância da colaboração multilateral entre os governos nos próximos anos, decidindo assim os rumos da próxima década.  

Pangestu afirmou que “a prioridade imediata deverá ser garantir que as vacinas sejam entregues de forma mais ampla e equitativa, para que a pandemia fique sob controle”. Segundo ela, numa época de alta das dívidas, a cooperação global é essencial para ajudar a expandir os recursos financeiros de economias em desenvolvimento, para que possam alcançar um desenvolvimento verde, resiliente e inclusivo.  

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU

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