O governo do Sri Lanka anunciou nesta quarta (7) que vai proibir 11 organizações extremistas no país. A determinação envolve grupos fundamentalistas locais, além da Al-Qaeda e o Estado Islâmico, apontou o jornal indiano “The Hindustan Times”.
A medida, que deve ser oficializada em breve, seria uma resposta a um relatório produzido ainda em 2019. O documento investigou os ataques suicidas que mataram 270 pessoas em igrejas cristãs e hotéis de luxo no domingo de Páscoa daquele ano, na capital Colombo e cidades do entorno.
Logo após o ataque, o país baniu o grupo local NTJ (National Thowheeth Jamaath) e outras duas agremiações jihadistas. O então presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, recomendou à época a proibição de organizações extremistas muçulmanas que defendem o radicalismo.
Um relatório especial lançado em 2019 apontou que o grupo extremista budista BBS (Forças do Poder Budista) também deveria ser expulso do país. Segundo o ex-presidente, a ação do BBS contribuiu para a radicalização dos muçulmanos.
Com quase 21 milhões de habitantes, o Sri Lanka é um país majoritariamente budista. Os hindus correspondem a 12% da população, os muçulmanos, 10%, e os cristãos, 7%. A tensão religiosa persistiu após o fim dos 26 anos de conflito étnico entre budistas e a minoria tâmil hindu, em 2009.
Organizações de direitos humanos do país relatam um aumento de ataques às minorias religiosas nos últimos anos – em especial a muçulmana. O pico da violência foi em março de 2018, quando um conflito entre budistas e muçulmanos levou o governo a declarar estado de emergência nacional.