Após quatro anos, Coreia do Norte flexibiliza restrições da Covid e permite volta de cidadãos

Aqueles que retornarem ao país após tanto tempo longe de casa ainda terão que se submeter a sete dias de quarentena

Após quase quatro anos de restrições fronteiriças devido à pandemia, a Coreia do Norte irá autorizar o retorno dos cidadãos que não puderam reentrar no país. Ao voltarem, eles serão submetidos a uma quarentena de sete dias em instalações médicas. As informações são da rede BBC.

A medida ocorre após o relaxamento recente das restrições da Covid-19 e logo após o primeiro voo de Pyongyang para Beijing desde 2020. Na semana passada, a China retomou os voos comerciais entre essas cidades, tornando a Coreia do Norte um dos últimos países a restaurar essa ligação.

No mês passado, chineses e russos se tornaram os primeiros líderes estrangeiros a visitar a Coreia do Norte desde o fechamento das fronteiras, participando de uma parada militar na capital do país.

Entrada do Aeroporto Internacional de Pyongyang (Foto: Chris Ford/Flickr)

Poucas semanas depois, a fechada nação comandada pelo ditador Kim Jong-un permitiu que uma delegação de atletas participasse de uma competição de taekwondo no Cazaquistão.

Na terça-feira (22) passada, um avião da principal companhia aérea norte-coreana, a Air Koryo, aterrissou na China. Isso aconteceu um dia após o Ministério das Relações Exteriores chinês anunciar a retomada dos voos comerciais entre os dois países.

Embora não esteja claro quem estava a bordo do voo de volta a Pyongyang, as notícias da agência sul-coreana Yonhap relataram que muitos norte-coreanos retidos, incluindo estudantes, trabalhadores e diplomatas, esperavam no Aeroporto Internacional de Beijing. Essas pessoas estiveram presas na China por cerca de três anos e meio.

Embora os cidadãos agora possam retornar ao país, não está claro quando diplomatas estrangeiros e trabalhadores humanitários terão permissão para entrar.

Desde o início de 2020, a isolada Coreia do Norte se fechou para se proteger da pandemia, resultando também no isolamento de laços comerciais e diplomáticos. Isso levou ao corte de importações cruciais, como alimentos e medicamentos.

Devido a essa situação, muitas delegações estrangeiras foram obrigadas a fechar suas embaixadas em Pyongyang, já que não puderam manter pessoal nem enviar suprimentos durante grande parte da pandemia.

Consequentemente, a nação enfrentou uma escassez crônica de alimentos, uma situação já presente desde os anos 1990 e agravada pelas sanções ocidentais devido ao programa nuclear e pela pandemia de Covid-19. Isso levou as autoridades a implementarem medidas emergenciais para lidar com a crescente crise de fome. Tais medidas incluíram a redução das rações fornecidas às forças armadas, algo que não acontecia desde o início dos anos 2000.

À medida que a Coreia do Norte inicia o processo de remoção das últimas restrições da era da Covid, alinhando-se à situação global da pandemia, cresce a expectativa de que as fronteiras possam em breve se abrir novamente para diplomatas estrangeiros e assistência humanitária.

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