Um novo incidente foi reportado na fronteira entre Azerbaijão e Armênia, aumentando a tensão e colocando em risco a frágil trégua entre os dois países. De acordo com o Ministério da Defesa armênio, um soldado do país foi morto numa troca de tiros nesta segunda-feira (16) na região de Yeraskh, fronteira com o exclave azeri de Naxcivan.
A Armênia alega que as forças do Azerbaijão “provocaram” o conflito quando tentaram avançar suas posições dentro do território armênio. O Ministério acrescentou que, um dia antes, suas forças conseguiram repelir unidades militares azeris que supostamente tentaram invadir Sevlich da região de Syunik, na Armênia, e que um soldado azeri foi morto.
Por que isso importa?
A rivalidade entre os dois países remete à disputa pela região de Nagorno-Karabakh, território azeri de maioria armênia que declarou independência do Azerbaijão em meio a uma guerra entre 1988 e 1994. O confronto causou 30 mil mortes e desalojou centenas de milhares de pessoas. A reivindicação de independência não é reconhecida por nenhum país.
Desde 1994, a região está sob controle das forças que o governo azeri diz incluir tropas fornecidas pela Armênia, após um cessar-fogo estabelecido com a ajuda de Rússia, Estados Unidos e França. No entanto, o acordo nem sempre é respeitado, e até hoje não surgiu uma solução duradoura para a questão.
Em 2020, um novo conflito armado entre os dois países durou 44 dias e deixou milhares de mortos na região disputada. A paz foi novamente estabelecida no início deste ano, em um acordo mediado pela Rússia que é visto com desconfiança pela população armênia.
A Armênia decidiu ceder às tratativas de cessar-fogo quando se viu encurralada pelas forças azeris na capital regional, Stepanakert.