Ataque de rebeldes mata três soldados do exército da Índia na Caxemira

Índia diz que registrou mais de 130 mortes na região, onde rebeldes lutam pela independência ou pela anexação ao Paquistão

Um ataque supostamente realizado por rebeldes matou três soldados da Índia em um acampamento militar na Caxemira. O incidente foi registrado na quinta-feira (11), a quatro dias das celebrações da independência indiana, em 15 de agosto. As informações são do site The Defense Post.

De acordo com o governo indiano, somente neste ano foram registradas mais de 130 mortes de militantes, policiais e militares na Caxemira, onde rebeldes lutam pela independência da região ou por sua incorporação ao Paquistão.

Mukesh Singh, um oficial de polícia local, disse que dois militantes armados com granadas e rifles “entraram no acampamento do exército no escuro, e houve uma troca de tiros com os soldados. O exército sofreu três vítimas fatais, e os dois agressores também foram mortos”.

O incidente ocorreu na região sul de Rajouri, uma área altamente militarizada próxima à fronteira não oficial entre a Caxemira indiana e a paquistanesa. Além das vítimas fatais, outros dois militares ficaram feridos na troca de tiros.

O ataque pode estar relacionado a um episódio ocorrido um dia antes, quando soldados indianos em motocicletas desfilaram pela principal cidade da Caxemira com bandeiras do país, parte das comemorações pelo dia da independência.

Tenente-coronel do exército indiano fala com militares, novembro de 2019 (Foto: Wikimedia Commons)

Por que isso importa?

De maioria muçulmana, a Caxemira é disputada por Índia e Paquistão desde que Nova Délhi e Islamabad conquistaram a independência do Reino Unido e se separaram em dois países, em 1947. Desde então, as nações já travaram duas guerras pelo território.

Em 5 de agosto de 2019, o governo da Índia, de orientação nacionalista hindu, retirou os poderes semiautônomos do Estado, tomando-o sob sua responsabilidade. O primeiro-ministro Naremdra Modi também anulou os direitos especiais hereditários que os nativos tinham sobre a propriedade e o emprego de terra na região.

Aprovadas sem orientação democrática, as leis são motivo de ressentimento do povo da Caxemira. Muitos pedem a independência do território da Índia ou a unificação com o vizinho Paquistão.

A Índia tem mais de 500 mil soldados na Caxemira, uma das zonas mais militarizadas do mundo, desde que uma rebelião eclodiu por lá em 1989. O país acusa o Paquistão de apoiar rebeldes armados que lutam pela independência da Caxemira. Islamabad nega as acusações.

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