Candidatos ao governo britânico têm na China um problema em comum

Rishi Sunak e Liz Truss, que disputam o cargo de premiê, prometem combater a influência de Beijing no Reino Unido em caso de vitória no pleito

O ex-ministro britânico das Finanças Rishi Sunak e a secretária das Relações Exteriores Liz Truss, que disputam o governo do Reino Unido, têm um alvo em comum durante a campanha: a China. Na segunda-feira (25), os dois postulantes ao cargo de premiê fizeram referências nada amistosas a Beijing, que respondeu com uma dose de sarcasmo.

Sunak classificou a China como “a maior ameaça de longo prazo à economia da Grã-Bretanha e do mundo e à segurança nacional”, segundo a agência Reuters. “Por muito tempo, os políticos na Grã-Bretanha e em todo o Ocidente estenderam o tapete vermelho e fecharam os olhos para as atividades e ambições nefastas da China. Vou mudar isso no primeiro dia como primeiro-ministro”, declarou ele.

Secretária de Relações Exteriores britânica, Liz Truss, em 2021 (Foto: UK Government/Flickr)

Uma das promessas de Sunak, se eleito, é a de fechar os Institutos Confúcio no Reino Unido, citando a instituição classificada pelos EUA como missão estrangeira, devido ao temor de que Beijing a utilize para exercer influência em território norte-americano.

O candidato também prometeu uma aliança “no estilo Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte)” para combater a ameaça cibernética chinesa e disse que usaria os serviços de inteligência para proteger as empresas nacionais da espionagem chinesa.

Truss contra-atacou durante o debate entre candidatos, também na segunda. De acordo com a rede CNN, ela lembrou que o rival, quando ocupava o posto de secretário das Finanças, manifestou o “desejo de relações econômicas mais estreitas com a China”. De fato, em 2021 ele declarou que defendia um “relacionamento maduro e equilibrado” com Beijing.

Sobre sua própria posição em relação à nação asiática, a secretária destacou a necessidade de limitar as exportações de tecnologia a “regimes autoritários” e afirmou que pretende reprimir a atuação de empresas chinesas no país, citando o exemplo do TikTok.

Beijing reagiu com uma manifestação um tanto sarcástica de Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores. “Quero deixar claro a certos políticos britânicos que fazer comentários irresponsáveis ​​sobre a China, incluindo exaltar a chamada ‘ameaça da China’, não pode resolver os próprios problemas”, disse ele.

Truss lidera as pesquisas entre os membros do Partido Conservador, que escolherão o novo líder da sigla e, consequentemente, o próximo primeiro-ministro do Reino Unido. O resultado da votação está previsto para 5 de setembro.

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