O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, declarou na segunda-feira (9) que o país está pronto para sediar negociações de paz entre o Azerbaijão e a Armênia.
Tokayev fez essa declaração durante uma conversa telefônica com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, conforme comunicado da presidência cazaque.
Aliyev respondeu que a proposta de realizar as negociações em Astana, capital do Cazaquistão, é “aceitável” para Baku, segundo a presidência do Azerbaijão.
Em maio, o Cazaquistão sediou uma reunião entre os ministros das Relações Exteriores do Azerbaijão e da Armênia na cidade de Almaty.
Baku insiste que a Armênia deve remover da sua Constituição qualquer menção à unificação de Nagorno-Karabakh com o país. O Azerbaijão retomou o controle da região separatista em setembro de 2023, após uma ofensiva rápida.
As tensões entre Baku e Yerevan persistem desde 1991, quando as forças armênias ocuparam Karabakh, um território internacionalmente reconhecido como parte do Azerbaijão, junto com sete regiões vizinhas.
A maior parte desse território foi retomada pelo Azerbaijão durante uma guerra de 44 dias no outono de 2020, que terminou com um acordo de paz mediado pela Rússia, abrindo caminho para a normalização e a demarcação das fronteiras.
O fortalecimento militar armênio incomoda Baku devido à antiga disputa territorial entre os dois países, que levou a diversos confrontos militares. O mais recente deles, em setembro do ano passado, permitiu ao Azerbaijão reconquistar a região de Nagorno-Karabakh, que declarou independência após uma guerra que matou 30 mil pessoas e deixou centenas de milhares desalojadas entre 1992 e 1994.
O Azerbaijão havia retomado o controle de partes do enclave após uma guerra que durou seis semanas em 2020, e em setembro de 2023 derrotou definitivamente as forças separatistas armênias após uma rápida ofensiva. A vitória azeri levou mais cem mil armênios a deixarem Nagorno-Karabakh.