As agências de segurança da Austrália acreditam que a China está por trás de ataques cibernéticos a vários níveis do governo e indústria australiana. Serviços essenciais, como hospitais e conselhos locais, também foram alvos.
Segundo o jornal The Sydney Morning Herald, o primeiro-ministro Scott Morrison revelou na última sexta (19) que governos do país se tornaram alvo de uma série de ataques.
O jornal aponta que o governo de Nova Gales do Sul, no sudeste da Austrália, foi um dos principais alvos nos últimos meses.
O anúncio de Morrison acontece após uma escalada no número de ataques direcionados ao país. O aumento ocorreu assim que a Austrália passou a pressionar por uma investigação independente sobre o novo coronavírus.
De acordo com o jornal australiano, os ataques são semelhantes aos atribuídos à China em fevereiro do ano passado, que visaram o Parlamento do país. No entanto, investigações apontam que não houve violações de dados pessoais em larga escala.

China nega
Segundo o jornal The Australian, o Instituto Australiano de Política Estratégica, — ASPI, em inglês — argumenta que a probabilidade da ação ter vindo da China é de pelo menos 95%, por causa da escala e da intensidade.
No entanto, a China nega as alegações de que seria o autor dos ataques cibernéticos e afirmou que as sugestões são “sem fundamento”.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China apontou ainda que o instituto é apoiado por empresas de armamento dos Estados Unidos.
O episódio acontece em meio ao agravamento da tensão entre os dois países, após o pedido da Austrália sobre uma investigação sobre a pandemia do coronavírus.
A deterioração do relacionamento entre China e Austrália já acontece há alguns anos. Sydney afirma que a intromissão de Beijing no governo, na mídia e no sistema educacional australianos foi um catalisador para as leis contra interferência estrangeira de 2018.