A Coreia do Norte enviou mais tropas para a Rússia, de acordo com a principal agência de inteligência da Coreia do Sul, que ainda avalia a dimensão exata desse reforço militar. Relatórios da mídia sul-coreana estimam que mais de mil soldados adicionais tenham sido deslocados entre janeiro e fevereiro, embora não esteja claro se foram enviados para a frente de batalha em Kursk. As informações são da Radio Free Asia.
Atualmente, segundo autoridades da Ucrânia e dos Estados Unidos, cerca de 12 mil soldados norte-coreanos estão na Rússia para lutar contra forças ucranianas que ocupam partes da região de Kursk desde agosto do ano passado. Pyongyang e Moscou, no entanto, não reconhecem oficialmente a presença desses combatentes.
O Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul (NIS) afirmou na quinta-feira que Pyongyang realocou parte de suas tropas para a linha de frente de Kursk na primeira semana de fevereiro. O NIS já havia informado em janeiro que os soldados norte-coreanos estacionados na região não demonstravam sinais de envolvimento em combate desde o início do ano, atribuindo essa possível inatividade ao elevado número de baixas.

Dados de inteligência indicam que os norte-coreanos que lutam ao lado da Rússia estão sofrendo pesadas perdas. Estimativas do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, da sigla em inglês) sugerem que o contingente sofreu uma média de 92 baixas diárias desde dezembro de 2024, com até metade das tropas em Kursk mortas ou feridas. Um estudo de um grupo de análise baseado em Washington apontou que, caso essa taxa de perdas se mantenha, as tropas norte-coreanas poderiam ser eliminadas em até três meses.
O governo ucraniano já havia declarado anteriormente que aproximadamente 4 mil soldados norte-coreanos na Rússia foram mortos ou feridos. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chegou a afirmar que até 25 mil soldados norte-coreanos poderiam ser enviados para reforçar o exército russo.
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul também indicou em janeiro que Pyongyang estava acelerando os preparativos para enviar mais tropas à Rússia, possivelmente em resposta às perdas sofridas no campo de batalha.
Seth Jones, presidente do Departamento de Defesa e Segurança do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, afirmou que o índice de baixas entre os militares norte-coreanos pode chegar a 50%, reforçando o cenário de intensos combates e desafios logísticos para as tropas enviadas por Pyongyang.