O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ameaçou lançar ataques nucleares e destruir a Coreia do Sul de forma definitiva caso seu país seja provocado, informou a mídia estatal nesta sexta-feira (4). A declaração veio após o presidente sul-coreano alertar que o regime de Kim entraria em colapso se tentasse utilizar armas nucleares. As informações são da Associated Press (AP).
Durante uma visita a uma unidade de forças especiais na quarta-feira (2), Kim declarou que suas forças militares “usariam sem pensar duas vezes todo o seu poder ofensivo, incluindo armas nucleares“, caso Seul tentasse atacar ou violar a soberania de Pyongyang, segundo a agência oficial de notícias do país.
Durante um desfile na terça-feira em homenagem ao Dia das Forças Armadas, o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol apresentou armas para manter a Coreia do Norte sob controle e declarou: “Esse será o fim do regime norte-coreano”.
De acordo com a Associated Press, Yoon mostrou o míssil balístico Hyunmoo-5, capaz de destruir bunkers subterrâneos na Coreia do Norte, segundo especialistas.
Suk-yeol também alertou que, se a Coreia do Norte usasse armas nucleares, os Estados Unidos e a Coreia do Sul responderiam com força “resoluta e esmagadora”. O líder sul-coreano enfatizou que o regime norte-coreano precisa parar de acreditar que suas armas nucleares o protegerão.
Em resposta, o Kimreagiu com um discurso inflamado para suas tropas de operações especiais em uma base secreta, desafiando o aviso de Yoon.
Em um comentário sarcástico, Kim chamou Yoon de “anormal”, dizendo que “o fantoche Yoon se gabou de uma resposta militar esmagadora diante de um país com armas nucleares”. Na quinta-feira, sua irmã, Kim Yo-jong alta funcionária do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores, que governa o país, zombou da exibição do míssil Hyunmoo-5 pela Coreia do Sul, afirmando que as armas convencionais da Coreia do Sul “não têm chance” contra o poder nuclear do Norte.
A troca de provocações entre as Coreias é comum, mas os últimos comentários surgem em um momento de maior tensão, após a Coreia do Norte ter mostrado uma nova instalação nuclear e continuado seus testes de mísseis. Na próxima semana, especialistas dizem que o parlamento norte-coreano deve aprovar uma política que formaliza a divisão da Península em dois estados. Isso rejeitaria qualquer tentativa de reconciliação com a Coreia do Sul e definiria novas fronteiras no país, agora de forma oficial.