Em Hong Kong, a lei de segurança nacional que entrou em vigor neste ano já tem um efeito colateral: a busca dos muito ricos por novas fontes de lucro na China, segundo o jornal “The Straits Times“, de Singapura.
Entre os bilionários cada vez mais alinhados a Beijing estão os membros da família Kwok, dona do maior império imobiliário de Hong Kong.
Em 12 meses, US$ 8 bilhões da fortuna foram perdidos – a maior queda entre os clãs asiáticos, segundo ranking da Bloomberg.
De acordo com o jornal, agora as ações da Sun Hung Kai, empresa da família, vem sendo negociadas por menos da metade do valor dos seus ativos líquidos.
O patrimônio líquido da família é de US$ 30 bilhões, mas os Kwoks devem optar pelo pragmatismo. Seria a hora de, segundo o jornal, esquecer a tensão entre Hong Kong e China em nome de bons negócios no médio e longo prazo.
Longo prazo
Para o professor Gilles Hillary, da Universidade de Georgetown, a expansão econômica do território deve desacelerar. O motivo seria o gradual fim do modelo de dois sistemas, que permitia maior liberdade à região.
“O valor a longo prazo desses ativos está atrelado à integração de Hong Kong na China”, afirma Hillary.
O império Kwok há anos procura estabelecer relações com a China continental. Um de seus maiores projetos comerciais está em construção em Xangai. A Sun Hung Kai também teria pago US$ 1,9 bilhão por uma propriedade na cidade costeira de Hangzhou.
A tendência deve crescer com a integração de novos magnatas do setor imobiliário de Hong Kong à China. A meta dessas companhias é estabelecer um relacionamento pessoal que garanta sucesso comercial futuro, avalia Jackson Wong, diretor de uma empresa de imóveis na antiga colônia britânica.