Meta derruba campanha de desinformação coordenada por agências estatais da China

Perfis e páginas falsos atuavam para difundir uma imagem favorável da China, abordando temas como Xinjiang e Covid-19

A Meta, empresa-mãe que engloba as redes sociais Facebook e Instagram, declarou na terça-feira (29) que interrompeu uma campanha de desinformação encabeçada por agências estatais da China e descrita como a “maior operação secreta de influência secreta multiplataforma conhecida no mundo”. As informações são da rede CNBC.

Cerca de 7,7 mil perfis e 930 páginas foram derrubadas no Facebook. Todas elas atuavam para difundir uma imagem positiva da China, com enfoque especial na região de Xinjiang, onde Beijing é acusada de praticar abusos contra a minoria étnicas dos uigures.

Aplicativos de Instagram, Facebook e Twitter em aparelho celular (Foto: dole777/Unsplash)

Paralelamente, a rede de desinformação espalhava falsas notícias sobre os Estados Unidos e sobre a origem da pandemia de Covid-19, cujo epicentro foi a cidade chinesa de Wuhan. Embora concentrada no Facebook e no Instagram, a atuação chinesa atingiu outras redes sociais populares, como YouTube, Reddit, Medium e Twitter, agora renomeado X.

Apesar de ampla, a campanha não foi eficiente, segundo Ben Nimmo, chefe da Meta para inteligência de ameaças. “Essas operações são grandes, mas são desajeitadas. E o que não estamos vendo é nenhum sinal real de que estão construindo públicos autênticos em nossa plataforma ou em outro lugar na Internet”, disse ele.

Havia cerca de 500 mil seguidores nas páginas criadas pelo governo da China, mas a maioria era de perfis igualmente falsos oriundos de países como Bangladesh, Brasil e Vietnã. Geralmente, os posts levavam a páginas cujo conteúdo não tinha nenhuma relação com a chamada.

A campanha difundia chamadas falsas, dizendo por exemplo que a Covid-19 surgiu em uma base militar no Estado norte-americano da Virginia. Ou que frutos do mar contaminados provenientes dos EUA chegaram ao Mercado de Frutos do Mar de Huanan pouco antes do primeiro surto da doença por lá.

A investigação também permitiu à Meta identificar que a campanha tinha origem em escritórios de órgãos estatais chineses. “Pela primeira vez, conseguimos vincular esta atividade a indivíduos associados à aplicação da lei na China”, declarou Nimmo, sem dar mais detalhes.

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