Mulheres de volta à Coreia do Norte sofrem violações na prisão, aponta ONU

Há relatos de tortura, violência sexual e maus-tratos em prisões superlotadas e insalubres

Mulheres detidas na Coreia do Norte, após serem forçadas a retornar ao país, sofrem graves violações de direitos humanos pela policia e autoridades de segurança do Estado.

A constatação é de um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) divulgado nesta terça (28). O documento foi baseado no relato de 100 norte-coreanas que conseguiram escapar do regime entre 2009 e 2019.

A fuga é motivada pela busca de melhores fontes de renda ou uma nova vida no exterior. Quando retornam, muitas são condenadas sem julgamento ou após procedimentos que não seguem normas e padrões internacionais.

Mulheres forçadas a voltar à Coreia do Norte sofrem violações na prisão, aponta ONU
Vista de Pyongyang, capital da Coreia do Norte (Foto: Clay Gilliland/Wikimedia Commons)

Detentas fizeram relatos de tortura, violência sexual e maus-tratos em prisões superlotadas e insalubres. Nelas, há pouco ou nenhum acesso à luz do dia e ar fresco, além de alimentação insuficiente.

Segundo testemunhas, houve ainda violações específicas de gênero, como negação de acesso a instalações e materiais necessários para higiene feminina. Também há relatos de abuso de mulheres grávidas, com abortos forçados.

O relatório aponta ainda que, entre as mulheres que conseguem fugir do país, muitas caem nas mãos de traficantes de pessoas. Não é incomum que as norte-coreanas tornem-se mão-de-obra escrava, sejam exploradas sexualmente ou até vítimas de casamento forçado.

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