Especialistas já esperam forte atraso na recuperação da economia da Índia, informou a Reuters na segunda (31). O impacto da pandemia no segundo trimestre, entre abril e junho, gerou retração de 23,9% no PIB (Produto Interno Bruto) ante o mesmo período de 2019.
O baque é ainda mais forte que os 18,3% previstos pela equipe econômica do primeiro-ministro, Narendra Modi. É a maior contração econômica registrada na Índia desde a independência do domínio britânico, em 1947.
O país só não ficou atrás do Peru, cujo PIB sofreu retração de 27,5%, e dos EUA, com 32,5%, no segundo trimestre deste ano.
Grande parte da retração vem da queda no consumo das famílias, principal motor da economia indiana, que caiu 31,2% no trimestre encerrado em junho.
O desemprego atingiu em cheio a economia indiana, que depende de vagas informais. Em abril, quase um quarto da população de 1,3 bilhão estava sem trabalho em decorrência da crise do novo coronavírus.
Como consequência, a atividade nos setores de comércio e construção despencou 50%. Os investimentos privados também sofreram queda significativa: 47,9%.
Ainda tímido, o único setor com índices positivos é o da produção rural, que cresceu 3,4% no segundo trimestre de 2020. A expectativa é que desempregados retornem ao interior do país, onde há trabalho no agronegócio local.
O economista-chefe do Ministério das Finanças, Krishnamurthy Subramanian, disse à Reuters que estima uma recuperação em “forma de V” para os próximos meses.
O formato representa rápida escalada no desempenho para os próximos trimestres. O empuxo viria do aumento do frete ferroviário, do consumo de energia e da arrecadação de impostos, afirmou o economista.