O Ministério do Comércio de Taiwan incluiu as fabricantes chinesas Huawei e Semiconductor Manufacturing International Corp (SMIC) na lista de controle de exportações de tecnologias estratégicas, medida que exige permissão prévia para que companhias taiwanesas comercializem produtos com as duas empresas. As informações são da agência Associated Press (AP).
A inclusão na lista restringe o acesso da Huawei e da SMIC a componentes de alta tecnologia produzidos em Taiwan, como semicondutores avançados. A relação á qual as empresas foram adicionadas inclui entidades consideradas de risco, como o Taleban e a Al-Qaeda, além de companhias localizadas em países como Irã e Coreia do Norte.

Huawei e SMIC estão entre as principais fornecedoras da China no setor de chips e têm sido alvo de sanções dos EUA, que acusam ambas de colaboração com o aparato de segurança do Partido Comunista Chinês (PCC).
A medida anunciada pressiona ainda mais a cadeia global de semicondutores. pois Taiwan abriga a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), maior fabricante de chips do mundo e fornecedora essencial para empresas como Apple e Nvidia.
Em novembro de 2023, a companhia já havia atendido a uma ordem do governo norte-americano para suspender a venda de semicondutores avançados a clientes chineses, dentro de um esforço coordenado para restringir o avanço tecnológico de Beijing.
Em resposta às restrições impostas por Washington, as duas companhias vêm acelerando a produção doméstica de chips voltados à inteligência artificial, na tentativa de reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros como a norte-americana Nvidia.
Por que isso importa?
Taiwan é uma questão territorial sensível para a China, e a queda de braço entre Beijing e o Ocidente por conta da pretensa autonomia da ilha gera um ambiente tenso, com a ameaça crescente de uma invasão pelas forças armadas chinesas a fim de anexar formalmente o território taiwanês.
Nações estrangeiras que tratem a ilha como nação autônoma estão, no entendimento de Beijing, em desacordo com o princípio “Uma Só China“, que também vê Hong Kong como parte da nação chinesa.
Embora não tenha relações diplomáticas formais com Taiwan, assim como a maioria dos demais países, os EUA são o mais importante financiador internacional e principal parceiro militar de Taipé. Tais circunstâncias levaram as relações entre Beijing e Washington a seu pior momento desde 1979, quando os dois países reataram os laços diplomáticos.
A China, em resposta à aproximação entre o rival e a ilha, endureceu a retórica e tem adotado uma postura belicista na tentativa de controlar a situação. Jatos militares chineses passaram a realizar exercícios militares nas regiões limítrofes com Taiwan e habitualmente invadem o espaço aéreo taiwanês, deixando claro que Beijing não aceitará a independência formal do território “sem uma guerra“.