Tensão com os EUA leva a Coreia do Norte a ampliar segurança de Kim Jong-un

Temores pela segurança do "líder supremo" abalam Pyongyang e fazem forças policiais aumentar a segurança em todo o país

Em meio à crescente tensão com a vizinhança e com os EUA, a polícia da Coreia do Norte recebeu ordens para de ampliar os esforços a fim de garantir a segurança do “líder supremo” do país, Kim Jong-un. As informações são da rede Radio Free Asia.

Nos últimos dois meses, a estratégia provocativa na península parece ter se revigorado. Isso porque Kim introduziu uma nova lei que permite ataques nucleares preventivos e lançou uma série de mísseis de teste – um deles que sobrevoou o Japão. Analistas temem que a fechada nação isolada do resto do mundo esteja se preparando para outro teste nuclear, a exemplo do que ocorreu em 2017.

Autoridades locais receberam ordens superiores para colocar suas casas em ordem e eliminar todas as potenciais ameaças à liderança.

Kim Jong-un quer se cercar de mais proteção em meio à tensão crescente (Foto: Prachatai/Flickr)

De acordo com uma fonte judicial que falou sob condição de anonimato, no último dia 12, o Ministério da Previdência Social enviou uma agenda de projetos visando à segurança do “Chefe da Revolução”, título honorífico atribuído a Kim Jong-un. 

“Isso é uma resposta ao recente aumento das tensões políticas que perturbam a estabilidade social”, disse a fonte.

Diante dos temores, o Ministério da Previdência Social, que funciona como uma agência de aplicação da lei supervisionada pela Comissão de Assuntos Estatais da Coreia do Norte coordenado pelo próprio presidente, deu ordens para que a polícia e as agências de segurança social criem uma rede de vigilância.

O objetivo é identificar pessoas consideradas “problemáticas” para o regime e monitorar suas atividades. “Eles ordenaram que a polícia remova todos os sujeitos que entraram ilegalmente em sua jurisdição e os devolva ao seu local de origem o mais rápido possível e evite que sujeitos problemáticos em sua jurisdição saiam para outras áreas”, acrescentou a fonte.

A polícia também deverá tomar precauções extras para evitar a propagação de rumores, bem como observar o termômetro social.

“Eles devem controlar minuciosamente e informar sobre as tendências e sentimentos públicos dos cidadãos sob o pretexto de recentes tensões políticas”, disse ele.

Por que isso importa?

A movimentação militar de Pyongyang aumenta a tensão na região, já que o país tem encarado a Coreia do Sul e as demais nações ocidentais como “inimigas”. O regime comunista afirma que não há “necessidade de se sentar frente a frente com as autoridades sul-coreanas e não há questões a serem discutidas com eles”. Isso inclui a questão nuclear.

Ao lado de EUA e Japão, os sul-coreanos têm pressionado Pyongyang a evitar a proliferação de armas nucleares e cooperar para manter a paz e a estabilidade na península. As negociações pela desnuclearização do país, porém, estão travadas desde 2019.

A Coreia do Norte quer que os EUA e aliados suspendam as sanções econômicas impostas a seu programa de armas. Até agora, o presidente Kim Jong-un recusou as tentativas de aproximação diplomática do líder norte-americano Joe Biden. A Casa Branca, por sua vez, diz que não fará concessões para que Pyongyang volte às negociações.

Tags: