Transferência da capital da Coreia do Sul para Sejong gera protestos

Governo afirma que objetivo é fugir da superpopulação da capital Seul; oposição acusa manobra diversionista

O plano do Partido Democrata, no poder na Coreia do Sul, de transferir a capital para Sejong, ao sul de Seul, tem gerado protestos da oposição. A informação é da agência de notícias Yonhap.

Nesta quinta (23), o líder do partido, Kim Tae-nyeon, expressou determinação em seguir com o plano. O objetivo seria enfrentar a superpopulação da atual capital, de 9,6 milhões de habitantes, e das cidades próximas.

A proposta nasceu no governo do falecido ex-presidente Roh Moo-hyun, que governou a Coreia do Sul entre 2003 e 2008. À época, Roh queria descentralizar a economia e a política.

Os planos foram frustrados por uma decisão do Tribunal Constitucional em 2004. A Corte entendeu que, para realizar a mudança, seria necessária uma emenda à Constituição.

Transferência da capital da Coreia do Sul para Sejong gera protestos
Vista de Sejong, na Coreia do Sul (Foto: Minseong Kim/Wikimedia Commons)

Desde então, apenas alguns ministérios e agências governamentais se mudaram para Sejong, agora uma cidade administrativa.

O Partido Democrata considera uma emenda fora de questão. Porém, a sigla considera contornar a inconstitucionalidade por meio de uma revisão da lei, baseado em um acordo bipartidário.

O principal partido de oposição defende uma nova decisão do tribunal para então reabrir um debate sobre o assunto.

Oposicionistas acusam a sigla no poder de tentar desviar o olhar do público do aumento no preço de imóveis em Seul e das alegações de assédio sexual envolvendo o ex-prefeito da capital, Park Won-soon.

Com a maioria parlamentar, é provável que o Partido Democrata consiga dominar o discurso ao longo do processo de transferência. Uma recente pesquisa pública aponta ainda que há apoio da população.

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