As formas de contornar os danos deixados pela Covid-19 e os desafios pós-pandemia estarão no centro das atenções no encontro anual do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial, que reúne representantes de governos do G-20 e outros líderes mundiais entre esta segunda (5) e domingo (11).
Neste ano, o objetivo do encontro é debater saídas para a contração econômica de 3,5% em 2020 – a pior em tempos de paz desde a Grande Depressão, na década de 1930. A estimativa de rápida recuperação de 5,5%, prevista em janeiro, já é ameaçada pela nova onda de lockdowns e atrasos na vacinação em todo o mundo.
“A janela de oportunidades está se fechando rapidamente”, disse a diretora do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva, co-anfitriã do evento junto do Banco Mundial.
China e EUA são os principais responsáveis por impulsionar o índice positivo. Enquanto Washington prometeu estímulos de US$ 5 trilhões desde o início da pandemia, a rápida capacidade do governo chinês de controlar o contágio favoreceu o reinício das exportações.
Novas variantes e atraso na vacinação
Outros pacotes de estímulos fiscais e injeções de liquidez de governos – sobretudo de países ricos – injetam cerca de US$ 16 trilhões para a recuperação, o que alavancou a expectativa de analistas, segundo o FMI. Mas as novas variantes do vírus no Reino Unido, África do Sul e Brasil, porém, podem atrasar a retomada global. Mais transmissíveis, as cepas forçaram governos europeus a anunciar novos bloqueios nacionais.
Antes das variantes, líderes alertam para a crescente desigualdade social e econômica em todo o mundo. Nos países em desenvolvimento, a pandemia forçou a redução no PIB (Produto Interno Bruto) per capita em um quinto – quase o dobro da perda entre as economias avançadas, aponta o FMI.
O encontro do FMI e do Banco Mundial reunirá em 2021 cerca de 2,8 mil formuladores de políticas públicas, 350 representantes de organizações e 550 executivos e banqueiros do setor privado.