Lituânia deve terminar 2020 com a menor contração econômica da UE

País báltico deve registrar contração de apenas 2,2% no PIB; experiência com a crise de 2008 ajudou na recuperação

Apesar de também viver o segundo surto da Covid-19, a Lituânia não deve terminar 2020 com contração econômica acentuada. A Comissão Europeia estima que o país terá a menor queda do PIB (Produto Interno Bruto) em todo o bloco, de 27 países – apenas 2,2%.

A retração estaria relacionada com características fundamentais do país báltico de 2,8 milhões de habitantes, apontou a Bloomberg. Sem depender de turistas, a economia conseguiu se manter estável graças ao sucesso na colheita e nos bons resultados das empresas de logística lituanas.

“Enquanto os europeus ficam em casa, as empresas de transporte da Lituânia continuam levando itens essenciais”, disse o diretor de uma empresa logística, Kristian Mortensen.

Lituânia deve terminar 2020 com a menor contração econômica da União Europeia
Polo de logística da empresa Girteka, uma das principais no ramo na Lituânia, em maio de 2020 (Foto: Girteka)

A experiência do governo da Lituânia na traumática crise de 2008, que atingiu em cheio o país, também ajudou o governo em Vilnius a conter danos maiores em 2020.

Em 2009, o país sofreu a recessão mais profunda de sua história, após a injeção de medidas duras para combater a queda nas exportações. O pacto de austeridade incluiu o aumento de impostos e cortes de despesas.

Uma década depois, a experiência ajudou a reação dos impactos severos da crise da Covid-19. O país ainda estabeleceu um bloqueio total para conter os contágios logo no início da primeira onda – à época, a Lituânia somava apenas sete casos.

Cofres cheios

Vilnius também detém uma farta reserva financeira mantida nos cofres do Estado e pelas empresas. “Não há problemas com finanças. O Estado tem fundos suficientes acumulados”, disse o primeiro-ministro Saulius Skvernelis ao anunciar o bloqueio em março.

Com a confiança, os consumidores mantiveram os níveis de aquisição e as vendas no varejo voltaram aos níveis anteriores ao bloqueio em menos de dois meses.

“Na Lituânia não choramos, sabemos o que é viver uma grande crise”, disse Mortensen, quando questionado sobre a preocupação com a segunda onda do vírus no continente.

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