A insegurança alimentar grave deve quase dobrar em todo o mundo até o fim de 2020, de acordo com o relatório mais recente do PMA (Programa Mundial de Alimentos). Divulgado no último dia 3, o material indica alta de 82%.
Isso significa mais 121 milhões de pessoas sujeitas à fome, sobretudo devido aos impactos da pandemia do novo coronavírus. Em 2020, o número de pessoas sob risco de passar fome atingirá um total de 270 milhões.
Comunidades urbanas em países de baixa e média renda estão sendo empurradas para a fome por causa da perda de emprego e pela queda abruta do envio de dinheiro de parentes que vivem no exterior.
Segundo o documento, a América Latina e o Caribe são as regiões mais impactadas pela crise de saúde pública. Nessa parte do mundo, 16 milhões de pessoas estarão em risco de ficar sem alimento suficiente.
A agência da ONU aponta maior preocupação com o Haiti, o corredor seco da América Central (do sul do México ao Panamá), o Equador, o Peru e os migrantes venezuelanos na Colômbia.
Na África Ocidental e Central, os efeitos da pandemia podem levar 57,5 milhões de pessoas à insegurança alimentar. Já no Oriente Médio, Ásia Central e norte da África, o número pode chegar a 53 milhões de pessoas.
Cerca de 49,6 milhões devem enfrentar a fome na Ásia e no Pacífico. A Covid-19 irá aprofundar a pobreza e a insegurança alimentar entre 42 milhões de pessoas na África Austral.
A menor projeção do PMA é para a África Oriental, onde espera-se que 41,5 milhões de pessoas sejam afetadas pela insegurança alimentar.
Ajuda humanitária
Para enfrentar o aumento da fome, o PMA executará a maior resposta humanitária da história da agência. Serão 138 milhões de beneficiados em 2020, contra o recorde de 97 milhões no ano passado.
O PMA pede uma ajuda de US$ 4,9 bilhões para ampliar a ação nos próximos seis meses. O valor representa 62% do orçamento total necessário até o final deste ano.