Os países-membros do G-20 adotaram mais políticas comerciais de abertura, para facilitar a importação, do que práticas protecionistas durante a pandemia do novo coronavírus, aponta relatório da OMC (Organização Mundial do Comércio).
Em meados de maio, a OMC analisou que 65 das 93 medidas comerciais relacionadas ao Covid-19 facilitaram o comércio. Houve redução tarifária, eliminação de impostos de importação e redução dos direitos de exportação. As mudanças compreenderam um valor de US$ 735,6 bilhões.
É o valor mais alto desde 2014. Também superou em muito as medidas de facilitação de importação, de US$ 92,6 bilhões, registradas entre maio e outubro do ano passado.
No início da pandemia, 90% dos países introduziram restrições comerciais. Desde então, as economias do G-20 revogaram 36% delas e diminuíram barreiras à importação de muitos produtos. A maioria é de uso frequente durante a crise de saúde global, como máscaras, luvas e medicamentos.
O relatório traz ainda detalhes sobre medidas gerais de apoio econômico implementada pelos governos. A maioria das 468 propostas são de natureza temporária e incluem programas de apoio, empréstimos, garantias de crédito e pacotes de estímulo, segundo a organização.
Brasil
No Brasil, a OMC registrou nove medidas de comércio impostas pelo governo relacionadas à crise de saúde global.
Entre elas, estão a eliminação de tarifas de importação para equipamentos de proteção individual e a implementação de esquema especial de licenciamento de exportação de bens para combater a pandemia.
Houve também registros de medidas adotadas pelo governo da Argentina, que suspendeu temporariamente os direitos anti-dumping sobre a importação de soluções parenterais vindas do Brasil e do México.