A organização MSF (Médicos sem Fronteiras) advertiu nesta terça (12) que a América Latina pode se tornar o novo epicentro da pandemia do coronavírus, devido ao rápido aumento dos casos em muitos países da região. As informações são da agência de notícias Télam.
O grupo expressou preocupação sobretudo com o Brasil, que já registrou 168 mil casos confirmados da doença e 11,5 mil mortes. Os dados são da OMS (Organização Mundial da Saúde) desta quarta (13). Além do Brasil, se destacam Peru, Equador, Chile e México entre os países com maior número de infecções.
A diretora executiva da MSF no Brasil, Ana de Lemos, afirmou que nenhum dos países da região está preparado para a pandemia. Porém, países como a Argentina conseguiram evitar o contágio descontrolado. Os casos no país somam 6,2 mil, e 317 pessoas morreram pela doença.
No México, o principal responsável pela MSF na região, Loïc Jaeger, acrescentou que a principal preocupação são grupos com vulnerabilidades socioeconômicas, como imigrantes, indígenas e pessoas em situação de rua. Jaeger apontou ainda para as frequentes deportações forçadas, que colocam pessoas em risco.
Para a organização, os números oficiais do coronavírus nos países da América Latina refletem subnotificação dos casos. O motivo é a baixa capacidade de muitas nações latino-americanas de realizar os diagnósticos.
Além da crise sanitária e possível deslocamento do epicentro da pandemia, a organização alerta para impactos econômicos, após aumento acentuado do desemprego. Há ações de organizações criminosas, como as Maras em El Salvador, que aproveitam o momento para praticar extorsões.