OMS: Mundo tem segunda semana consecutiva de queda em casos e mortes por Covid-19

Enquanto países mais ricos dão a impressão de que pandemia acabou, nações enfrentam crises de contaminação, diz OMS

Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas

A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou que, pela segunda semana consecutiva, houve um declínio global nos casos e mortes por Covid-19. Falando a jornalistas em Genebra, o diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, alertou para uma grande discrepância.

Em alguns países, com as taxas mais alta de vacinação, parece haver uma impressão de que a pandemia acabou, enquanto outros ainda enfrentam enormes fases de contaminação. A situação continua “muito preocupante”, disse.

Segundo Ghebreyesus, a pandemia está muito longe de terminar e não vai acabar em nenhum lugar até que acabe em todos. O chefe da agência contou que novas variantes, sistemas de saúde frágeis, fraca implementação de medidas de saúde pública, falta de oxigênio e do medicamento dexametasona, além de vacinas, só estão agravando a situação. 

OMS: Mundo tem segunda semana consecutiva de queda em casos e mortes por Covid-19
Homem recebe dose da vacina à Covid-19 em Nova Délhi, Índia, em maio de 2021 (Foto: Unicef/Amarjeet Singh)

Índia

A OMS responde ao aumento de casos de Covid-19 na Índia e em outros pontos críticos. Com a demanda tão alta, a agência precisa de financiamento imediato para sustentar seu apoio técnico e operacional a todos os países, especialmente os mais afetados.  

No ano passado, os doadores contribuíram para o Plano Estratégico de Preparação e Resposta, mas neste ano, faltam doações. “A flexibilidade desse financiamento é fundamental não apenas para responder às necessidades de emergência, mas para salvar vidas e meios de subsistência”, disse.

Nos próximos dias, a iniciativa Covax deve atingir a marca de 65 milhões de doses de vacina distribuídas. A estimativa inicial apontava para a distribuição de 170 milhões até este momento. 

Em comunicado, o Unicef (Fundo da ONU para a Infância) informa que, quando os líderes do G-7 se reunirem no Reino Unido, no próximo mês, o déficit será próximo de 190 milhões de doses. A agência lembra avisos repetidos sobre os riscos de baixar a guarda e deixar países mais pobres sem acesso equitativo a vacinas, diagnósticos e terapêuticas. 

OMS: Mundo tem segunda semana consecutiva de queda em casos e mortes por Covid-19
Unidade de tratamento intensivo exclusiva de pacientes com Covid-19 em Mumbai, na Índia, em maio de 2021 (Foto: Unicef/Bhushan Koyande)

Obstáculos 

O Unicef alerta para a situação na Índia. Há receio de que o país seja um precursor do que acontecerá se os avisos não forem atendidos. A agência diz que a situação no país “é trágica, mas não é única”, destacando os casos de países como Nepal, Sri Lanka, Maldivas, Argentina e Brasil

A Índia é ainda um centro global para a produção de vacinas. Como o aumento da demanda interna nas últimas semanas, cerca de 140 milhões de doses destinadas a países de baixa e média renda não foram disponibilizadas para a Covax. Provavelmente, outros 50 milhões de doses serão perdidos em junho.  

O Unicef explica o nacionalismo da vacina, a capacidade de produção limitada e a falta de financiamento como as outras razões para o atraso do lançamento. 

Se todos os países do G-7 e União Europeia doarem 20% das suas doses em junho, julho e agosto, 153 milhões de imunizantes ficariam disponíveis. O que seria possível fazer sem comprometer a vacina em suas próprias populações. 

Tags: