Por conta da crise na Índia, Modi dispensa encontro presencial com G-7 em junho

Primeiro-ministro foi convidado para cúpula, mas declinou em função do surto de Covid-19 em seu país

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, recusou o convite para participar como convidado especial da cúpula do G-7 em junho, no Reino Unido. O motivo é o surto de Covid-19 na Índia, registrou o diário “Times of India”.

Na terça (11), o ministério de Relações Exteriores indiano agradeceu o convite do primeiro-ministro britânico Boris Johnson após avisar que Modi não viajará ao país europeu. Nova Délhi tenta conciliar um colapso no sistema de saúde. O país asiático de 1,3 bilhão de habitantes já soma 254 mil mortes – com altos índices de subnotificação.

Por Covid-19, Modi recusa encontro com G-7 em junho
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, no fórum Bloomberg Global Business, em Nova York, EUA, setembro de 2019 (Foto: Divulgação/Bloomberg Global Business Forum)

“Embora aprecie o convite, Modi não comparecerá à cúpula do G-7 pessoalmente”, confirmou o porta-voz Arindam Bagchi. Na cúpula, Nova Délhi ocuparia o assento de “convidado especial”. Com o cancelamento, é provável que Modi participe via vídeo chamada.

A Índia é a mais cotada para entrar no G-7 desde que Londres apostou no país como um forte aliado contra ascensão da China. Johnson busca desde o final de 2020 ampliar o G-7 das principais nações industrializadas para dez democracias com papel de liderança global e regional.

Tratativas

O chefe de Estado britânico intensificou os laços com Nova Délhi em 2020. Ele busca um acordo de estímulo financeiro após a saída da UE (União Europeia). Ele chegou a prometer participar das celebrações ao Dia da Independência indiano, em janeiro, mas cancelou a viagem por conta da pandemia.

Enquanto isso, Bruxelas também recorreu à Índia para retomar as negociações do acordo comercial paralisado em 2013 após divergências bilaterais. O plano consistiria em uma “parceria de conectividade” em setores de energia, internet e transporte com termos menos onerosos que os oferecidos por Beijing, disseram diplomatas. 

Além da Índia, Coreia do Sul, Rússia e Austrália também foram convidados a integrar o grupo hoje composto por Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido. A cúpula do G-7 está agendada para 11 a 13 de junho, no condado inglês da Cornualha.

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