ONU: Pandemia prova importância de inclusão de mulheres na política

Conforme Marta Temido, de Portugal, a crise deixou claro que a união fortalece a resposta global à Covid-19

Este conteúdo foi publicado originalmente pela agência ONU News, da Organização das Nações Unidas

A ministra da saúde de Portugal afirma que a pandemia de Covid-19 mostrou ao mundo que “não é preciso explicar” por que a humanidade é mais forte quando inclui as mulheres na política e em seus esforços globais.  

Marta Temido é uma das entrevistadas da ONU News sobre o Dia Internacional da Mulher, marcado em 8 de março, que este ano tem o tema “Mulheres na liderança: Alcançando um futuro com igualdade num mundo de Covid-19″. 

A ministra Marta Temido destacou a rapidez na chegada da vacina em menos de um ano. Portugal já imunizou cerca de 3% da sua população. “A resposta à Covid-19 provou que somos melhores sempre que agimos coletivamente e em prol do bem comum”, disse.

ONU: Pandemia prova importância de inclusão de mulheres na política
Trabalhadoras da saúde atendem a informações sobre a Covid-19 em Nouakchott, Mauritania, maio de 2020 (Foto: Unicef/Raphael Pouget)

“Quando confrontadas com uma pandemia, a ciência e a indústria trabalharam e produziram uma vacina em tempo recorde”. A ministra também referiu iniciativas da comunidade internacional para ajudar pessoas em todo o mundo, incluindo os mais vulneráveis.  

Portugal é um dos Estados-membros que financia a Covax. A iniciativa pretende assegurar uma distribuição equitativa em todo o mundo, e beneficia vários países de língua portuguesa.  

“A União Europeia protegeu melhor os seus concidadãos, ao agir como um todo, em matéria de saúde. A Aliança Gavi e a iniciativa Covax foram e continuarão a ser um exemplo do qual nos orgulhamos em termos de esforço coletivo, a favor dos países em desenvolvimento. 

É por isso que, neste dia da Mulher, não é preciso explicar a razão pela qual a humanidade é mais forte quando inclui as mulheres, porque somos mais fortes todos juntos”.

Artigo 

Para marcar o Dia Internacional da Mulher, o secretário-geral da ONU, António Guterres, publicou um artigo de opinião em que afirmou que a crise da Covid-19 tem o rosto de uma mulher. 

Segundo dados da ONU, as mulheres são 24% mais propensas a perderem seus trabalhos e sofrer grandes perdas de renda. Ao mesmo tempo, representam a maioria dos trabalhadores em saúde.

Na cobertura do noticiário global da pandemia, apenas um em cada cinco fontes de especialistas são mulheres. A resposta à Covid-19 também tem destacado o poder da liderança feminina

Segundo Guterres, no ano passado, países com mulheres líderes na política tiveram as menores taxas de transmissão e estão com frequência em melhor recuperação.

Ainda assim, as mulheres são apenas um quarto dos legisladores nacionais em todo o mundo, um terço dos membros locais de governo e apenas um quinto dos ministros. 

Na trajetória atual, a paridade de gênero não será alcançada em legislaturas nacionais antes de 2063. A paridade entre chefes de governo levaria bem mais do que um século. “Um futuro melhor depende de enfrentar este desequilíbrio de poder”, disse Guterres.

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