‘Padrinho’ do Brexit, Farage pede agora fim de restrições contra pandemia

Político manifestou desagrado às políticas contra a Covid-19; país lidera em número de mortes na Europa

O político britânico Nigel Farage, conhecido por seu apoio ao Brexit, agora se volta contra o primeiro-ministro inglês e antigo aliado, Boris Johnson. Farage é contrário às restrições contra a disseminação da Covid-19 no Reino Unido, que vive uma segunda onda do surto.

Segundo o político, os bloqueios foram a razão para o desperdício de “grandes quantias de dinheiro”, enquanto se mantém a esperança de uma “vacina milagrosa”, registrou a Reuters no domingo (1).

“O que vimos nesta pandemia foi um fracasso total da liderança em quase todos os níveis”, disse Farage em entrevista. Agora o político quer renomear o pequeno Partido Brexit para o Partido da Reforma do Reino Unido.

Johnson determinou um lockdown nacional a partir do último sábado (31) para tentar manejar a sobrecarga do sistema de saúde britânico.

'Padrinho' do Brexit, Farage luta contra restrições à pandemia de Boris Johnson
Cartazes em protesto ao Brexit com as imagens de Nigel Farage (à esq.) e Boris Johnson em Londres, junho de 2017 (Foto: Flickr/Duncan Hull)

Com mais de um milhão de casos, o Reino Unido se aproxima das 47 mil mortes – o maior número da Europa – em decorrência da doença.

De acordo com Farage, apenas a população de risco deve ficar em quarentena. “Não devemos criminalizar as pessoas comuns por tentarem viver uma vida normal”, disse. “O resto deve, com boas medidas de higiene e uma dose de bom senso, seguir em frente”.

Anti-establishment

Apoiador de Donald Trump, Farage trabalhou na Bolsa de commodities de Londres. Como político, rejeitado pelo establishment britânico e apoiado por nomes eurocéticos do mercado financeiro.

Com atuação entre aqueles que não concordam nem com os conservadores e nem com os trabalhistas convencionais, o político forçou o movimento pelo referendo ao Brexit em 2013 e se apresenta como uma “alternativa” à política britânica.

Em período de transição, o Reino Unido deixa a União Europeia em definitivo a partir de janeiro.

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