Quase metade dos afegãos precisam de ajuda humanitária, estima ONU

Aproximadamente 16 milhões passam fome após crise causada pela pandemia da Covid-19 no Afeganistão

No Afeganistão, cerca de 16 milhões estão passando fome após paralisação das atividades para evitar proliferação da Covid-19. É o equivalente a 43% de sua população, informou o canal afegão ToloNews, nessa quinta (20).

De acordo com a reportagem, quatro milhões de afegãos perderam as suas fontes de renda desde o início da pandemia.

“Acabei de conhecer uma mulher que me disse que não podia ficar em casa nem um único dia durante o bloqueio porque precisava ganhar dinheiro para comprar comida para sua família”, reportou o voluntário da WFP (Programa Mundial de Alimentos, em inglês), Nafisa Reshtin.

A mulher, segundo Reshtin, conseguiu trabalho como lavadora de pratos em cerimônias fúnebres – algumas delas em decorrência da doença.

População do Afeganistão preocupa-se mais com a fome que com coronavírus
Menina é fotografada em Cabul, capital do Afeganistão, em maio de 1998 (Foto: WFP/Nina Bergman)

As recorrentes ameaças por conflitos territoriais também levam o país a entrar para a lista dos que necessitam ajuda humanitária urgente, aponta a WFP.

“O Afeganistão deve continuar sendo o foco da comunidade internacional“, disse Wahid Amani, porta-voz da organização no país.

A expectativa da WFP é que US$ 218 milhões auxiliem dez milhões de afegãos que precisam de ajuda até o final do ano.

Um terço da população do Afeganistão já enfrenta escassez de alimentos. O país também tem um dos sistemas de saúde mais precários do mundo – são 0,3 médicos a cada mil pessoas. A média nos países ricos é de 3,5 por mil.

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