O Vietnã deixou de fazer parte da pequena lista de países sem óbitos causados pela Covid-19. Desde o dia 31 de julho, 20 mortes foram registradas no país.
A população chegou a comemorar 100 dias sem nenhuma contaminação pelo vírus, que retornou no final do mês passado.
No dia 29, a rede de radiodifusão Voice Of America mostrou que 30 novos casos haviam sido registrados na cidade costeira de Danang, região central do país.
Na reportagem, moradores questionaram o que poderia ter motivado o retorno do vírus após três meses, já que nenhum dos contaminados viajou no período. A cidade já contabiliza 16 mortes.
Desde o início do ano, o governo vietnamita isolou pacientes, cancelou voos internacionais e ordenou o distanciamento social. “Mas você só precisa de um parafuso solto para que toda máquina seja afetada”, disse o vice-primeiro-ministro, Vu Duc Dam.
Força de contenção
Nos 100 dias sem registro do vírus no país, a população voltou às ruas normalmente, acreditando estar livre da pandemia.
Na última quarta-feira (5), o ministro da Saúde, Nguyen Thanh Long, falou à mídia estatal que o contágio se espalhou para a província de Bac Giang, próxima a fronteira do país com a China.
De acordo com a Reuters, a imprensa vietnamita ligou a segunda onda do surto à imigração ilegal.
O vice-premiê Vu Du Dam, que lidera o combate a Covid-19, encarregou o Ministério da Segurança a direcionar as forças policiais para inspecionar e multar os estrangeiros que entram no Vietnã ilegalmente.
Ele ainda afirmou, na terça (11), que os raros estrangeiros autorizados a entrar no país devem ser colocados em quarentena imediatamente.
Covid-19 ainda é mistério
O Vietnã ainda tenta entender que caminho o vírus pode ter feito até retornar ao país. Mas sabe-se pouco sobre o comportamento do vírus.
Em todo o mundo, o conhecimento sobre o novo coronavírus evolui a medida que as autoridades de saúde coletam dados. Ninguém sabe ao certo como se dá o contágio e a interação do microorganismo no corpo.
O Vietnã, que era uma das poucas economias com previsão de crescimento em 2020, agora espera contração. Com o início do registro de mortes e medidas de segurança ainda mais robustas, é difícil prever qual será o impacto da segunda onda do vírus no país.